28/06/2019 às 13h22min - Atualizada em 28/06/2019 às 13h22min

​LARANJAS DO PSL ESPREMEM BOLSONARO




Foi a prisão de um assessor especial e de dois ex-assessores do ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) - graças à investigação sobre as candidaturas de laranjas do PSL na eleição de 2018 - que aumentou a pressão sobre Bolsonaro.
A ação da Polícia Federal nesta quinta-feira (27) atingiu em cheio o partido do presidente da República, e é resultado da apuração sobre caso revelado pela Folha em fevereiro e que levou à retomada das discussões sobre o futuro do ministro no governo.
Aliados de Bolsonaro já admitem abalos. O vice Mourão general Hamilton Mourão disse ser "óbvio" que Álvaro Antônio será demitido "se houver alguma culpabilidade" no caso.
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram autorizados pela Justiça de Minas Gerais. Computadores e telefones celulares foram apreendidos.
Um dos presos é Mateus Von Rondon Martins, assessor especial no Ministério do Turismo. Ele é um dos mais próximos aliados de Álvaro Antônio e seu braço direito na pasta do governo de Jair Bolsonaro. 
Também foram presos Roberto Silva Soares, conhecido como Robertinho, e Haissander Souza de Paula. Os dois atuaram na campanha eleitoral que elegeu Álvaro Antônio deputado federal.
Robertinho foi o coordenador da campanha no Vale do Aço, em Minas, e figurou como assessor de seu gabinete na Câmara de 2015 a 2018. Já Haissander também foi assessor do gabinete, de 2017 a 2019.
O ministério, tentando ganhar tempo, afirmou o óbvio,  que aguarda mais informações para se pronunciar. Mas disse não haver relação entre as investigações e as atividades de Von Rondon na pasta. Desde o começo das revelações, o ministro tem negado irregularidades.
Bolsonaro tem dito que a situação do ministro causa desgaste para o governo e que esperaria a conclusão da apuração da PF para decidir o seu destino.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, saiu em defesa de Álvaro Antônio e buscou desvincular um eventual desgaste na imagem da gestão Bolsonaro. "Isso tudo são questões que não têm nada a ver com o governo", disse. "O governo continua confiando no seu ministro." (!)
Mas avaliação de integrantes da cúpula militar parece ser oposta. Para eles, Bolsonaro já deveria ter afastado o ministro desde o início da investigação da Polícia Federal, uma vez que sua permanência, nas palavras de assessores palacianos, se tornou "insustentável" e prolonga uma crise política.
No Congresso, aliados reconheceram haver embaraço, enquanto a oposição vê uma tentativa de blindagem do ministro para não afetar a reforma da Previdência — e naturalmente já prepara requerimento para convocá-lo.
“Está se avançando nas investigações. Logicamente, a situação cria abalos para todos nós. Mas que se apure e se responsabilize quem tem que ser responsabilizado”, disse o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP).

O caso das candidaturas laranjas do PSL é alvo de investigações da PF e do Ministério Público em Minas e em Pernambuco. A repercussão do escândalo já derrubou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que comandava o partido nacionalmente em 2018.
As prisões desta quinta-feira tiveram como base provas e depoimentos que apontam, segundo a Justiça, que eles tiveram ativa participação no esquema de candidaturas de laranjas patrocinado pelo PSL de Minas Gerais. E é bem possível que tenha ocorrido em todas as esferas e nacionalmente...

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