Existe uma regra básica em comunicação eleitoral: quem está na frente não olha pra trás. Claro que tem que estar atento a tudo, analisar o cenário completo. Mas não pode dar mole de demonstrar uma preocupação que é exclusiva de quem está atrás. Infelizmente, não é assim que pensam os bolsonaristas – nem mesmo o PT – na atual campanha presidencial.
Reportagem da Folha, desta segunda, dia 13, revela que “petistas e bolsonaristas miram pecha de traidor de Moro para aumentar rejeição de ex-juiz”. Como assim? Primeiro, quem teve a ideia de revelar movimentos que poderiam ser estratégicos? Segundo, que que o PT tem a ver com isso?
Dizem que as pesquisas internas mostram que esse é um ponto que causa alta rejeição a Moro. Mas nos dois lados há também a defesa de que Moro seja na maior parte do tempo ignorado. Perfeito. Por que perder tempo promovendo o adversário, principalmente se você é Lula?
Os bolsonaristas falam em dois principais episódios de traições: 1) saiu do governo fazendo acusações contra Bolsonaro; 2) vazou conversas de WhatsApp com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), de quem Moro foi padrinho de casamento.
No PT, explora-se a suposta parcialidade de Moro como juiz. Querem resgatar dois acontecimentos: quando Moro tornou pública a ligação de Lula e Dilma, às vésperas do impeachment, e quando ele tirou o sigilo da delação de Palocci, dias antes da eleição de 2018. Existe a percepção de ele ser rejeitado não só por ser traidor, mas por ser o juiz corrupto, que tem lado. A suspeição, essa coisa de ele ser parcial, é inaceitável para o brasileiro", disse Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT.
Na equipe de Moro, o discurso é o de que a rejeição vai ser menor quando começar a falar de outros temas além de corrupção. E o discurso que não revelam é que, de fato, ele está pensando em se cacifar para enfrentar Lula em 2026.
Ok, Bolsonaristas, vocês ainda sonham em ir a um segundo turno, coisa cada vez mais difícil - Lula vence no primeiro...
