10/12/2021 às 07h52min - Atualizada em 10/12/2021 às 07h52min

OU CIRO CRESCE...

OU VAI FAZER CIRANDA EM OUTRO LUGAR


 
Moro chegou chegando. Seu objetivo é afundar de vez Bolsonaro e cacifar-se para enfrentar Lula em 2026. Sonhar é permitido, mas, independente disso, está causando impacto.
O primeiro a sentir esse impacto foi o PDT. Dentro do partido, os aliados de Ciro Gomes já consideram que aquele ex-juiz, que largou o direito e foi para a política de direita, atraiu parte dos votos da terceira via que esperavam que migraria para o pedetista. Isso praticamente inviabilizaria o lançamento de Ciro. Por isso, já defendem nos bastidores que o partido avalie o quanto antes uma aliança com o PT de Lula.
 
Segundo Malu Gaspar, do Globo, interlocutores de outros partidos aliados dizem que vão esperar até fevereiro para ver se Ciro decola. Se nada acontecer, vão pressionar a cúpula pedetista para largar logo o sonho (ou pesadelo) cirista e começar a migrar para a federação com o PT.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, naturalmente nega qualquer possibilidade de deixar Ciro na estrada. Segundo ele, a candidatura de Ciro é “irreversível”.  Mas, nos bastidores, o que consideram irreversível é a vitória de Lula no primeiro turno e o fortalecimento de Moro para virar o ‘bolsonaro’ de 2026 – e zé-fini!
 
Nas últimas semanas, parlamentares pedetistas procuraram o pessoal de Lula para pedir que o  futuro presidente pressione o PDT para fazer uma aliança ou formar uma federação o quanto antes. Lula, que não é bobo nem nada, se esquiva à direita, se esquiva à esquerda... e avança sem parar. Esses parlamentares consideram que o PDT só tem a perder se continuar insistindo num candidato a presidente que se mantém com menos de 10% da intenção de voto nas pesquisas eleitorais. Na pesquisa da Quaest, que saiu nessa quarta-feira, 8, Ciro aparece com 5%, atrás de Lula, Bolsonaro e Moro.
 
Esses parlamentares, aliás, consideram o desempenho decepcionante, especialmente porque o partido contratou um marqueteiro caro, João Santana, e Ciro já é conhecido do público.
O temor é que, com uma candidatura fraca, o partido perca espaço em alianças estaduais com partidos de esquerda, fique isolado e acabe elegendo menos deputados. Mais e mais preferem pular fora da canoa o quanto antes e empurrar o PDT para a federação que está sendo gestada entre PT, PSB e PC do B. “A realidade se impõe”, resumiu um deputado pedetista.
 
Como parte da federação de esquerda, o PDT poderia se dar bem, fazendo prevalecer nomes para governos estaduais, como o de Weverton Rocha no Maranhão. E, mais do que isso, poderá aproveitar a máquina do PT para ampliar a bancada de deputados e senadores.
A ansiedade é generalizada. Mas os líderes vêm dizendo que vão esperar até fevereiro para cobrar de Lupi, presidente do partido, a projeção feita por ele de que Ciro chegaria a 16% após o Carnaval.
Por enquanto, Lupi mantém o discurso de que Ciro não precisa de alianças para crescer, e que o partido está disposto a seguir sozinho assim como ocorreu em 2018. Até porque, para ele, Moro tira mais votos de Bolsonaro do que de Ciro. É verdade que Lupi é um dirigente bem preparado, mas precisa tomar cuidado para não acabar cantando como Zé Keti:
 
Foi na eleição que passou,
Eu sou aquele Pierrot...
 
Leia também no Globo e no Brasil247.

 
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