27/06/2019 às 10h02min - Atualizada em 27/06/2019 às 10h02min

DÁ PENA TANTO OUVIR QUANTO NÃO OUVIR BOLSONARO


Perguntaram a Bolsonaro qual seria sua mensagem de estreia no G20. Ele disse que veio ao Japão "para falar e ouvir".
Os repórteres insistiram em mais detalhes sobre o que o governo brasileiro vai apresentar. Bolsonaro ficou em silêncio por alguns minutos e seguiu sua fala com irritação: "Quer que eu fale o quê?"
Acabou declarando que tratará de indústria, internet e meio ambiente.
"Tudo que estiver na pauta nós falaremos e, bem, como vão nos questionar alguma coisa, tenho certeza, estamos prontos para responder."
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Aparentemente não quis dar nomes aos bois. Mas com certeza referia-se aos 39 quilos de cocaína encontrados na viagem presidencial, especificamente no que seria o avião de apoio. Para evitar que a entrevista decolasse rumo aos céus de brigadeiro... quer dizer, aos céus do sargento, tratou de encerrá-la e não chegou a comentar a prisão do segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues que... chegou em Sevilha com 39 kg de cocaína em avião da comitiva presidencial!
Bolsonaro defendeu que o caso seja apurado – o que é óbvio. E o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, negou que a irritação do presidente se devesse ao episódio da cocaína, chegou a dizer que ele apenas estava cansado de uma longa viagem de 25 horas do Brasil ao Japão. Certo. Afinal, são 39 quilos a mais de carga que ninguém consegue explicar...
 
No G20, Bolsonaro terá pelo menos seis encontros bilaterais: Donald Trump (EUA), Xi Jinping (China), Shinzo Abe (Japão), Lee Hsien-Loong (Singapura), Narendra Modi (Índia) e Mohammed bin Salman (Arábia Saudita).
Perguntaram o que ele esperava da agenda com Trump e ele respondeu que "esperava ter uma conversa reservada com ele" (!!!).
Perguntaram então o que está na pauta e ele respondeu, pasmem: "Se é reservada, é reservada"(!!!).
Este será o segundo encontro com Trump desde que Bolsonaro assumiu a presidência (o primeiro foi em março, na Casa Branca). Ele ainda declarou que o Brasil não tem lado na guerra comercial entre China e EUA, o que é óbvio, neste que será um dos temas centrais da cúpula de líderes do G20. Apesar de óbvia, a resposta ficou bem embaralhada: "Não, lógico que os produtos da China para os Estados Unidos e para cá, em parte, interessa ao Brasil porque tem a questão de commodities. Então, obviamente a gente não quer que haja briga para gente poder se aproveitar. A gente está buscando paz e harmonia como estamos trabalhando no caso do Mercosul e na União Europeia". Deu pra entender, certo?

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