31/10/2021 às 10h34min - Atualizada em 31/10/2021 às 10h34min

DESENVOLVIDOS X EMERGENTES:

RACHA NA COP26?

 
Foi uma longa noite de negociações, de sábado, 30, para domingo, 31, entre os ‘caciques’ das vinte principais economias do planeta. Mesmo assim, não foi possível resolver todas as divergências, com China, Índia e Brasil, que estão sob pressão para intensificar seus esforços para combater o aquecimento global.
 
Este foi o risco antes do encontro do Grupo dos Vinte (G20), que se reuniu no sábado, 30, e nesse domingo, 31 de outubro, em Roma. Isso poderia permanecer assim durante a 26ª Conferência dos Líderes (COP26) organizada em Glasgow na sequência. Por ocasião dessas duas importantes reuniões multilaterais, as negociações climáticas ameaçavam degenerar em um embate entre os países ricos e os emergentes. Entre os países de onde se esperava uma virada estão a China de Xi Jinping, a Índia de Narendra Modi e o Brasil de (toc, toc, toc) Jair Bolsonaro, três líderes considerados autoritários, ansiosos por apoiar suas economias, especialmente após a pandemia, e rápidos em apelar para sua soberania quando se trata de defender seus interesses.
 
“Existe a possibilidade de que façam uma cruzada, falando pelos países mais pobres, especialmente da África. Tudo deve ser feito para evitar isso”, observa um diplomata ocidental. Esta é também uma das razões pelas quais Emmanuel Macron se apressou, sábado, a encontrar-se com o Primeiro-Ministro indiano, a fim de "ancorá-lo" nas discussões climáticas, conforme explicou o governo francês perante o G20. Uma longa sessão de negociação, na noite de sábado para domingo, encerrou o primeiro dia da cúpula: permitiu avanços reais, sem contudo destacar todos os pontos de divergência.
 
“Os ‘caciques’ negociaram a noite toda: temos esperança de obter um texto em linha com as ambições que estamos exibindo sobre as questões climáticas da transição verde”, observou o governo francês. Mas a saída do carvão, amplamente utilizado na China em particular, permaneceu uma questão em aberto na manhã de domingo. "É um ponto muito difícil", disse um negociador. Como um compromisso, nenhuma data específica deve ser acordada para implementar o objetivo comum de neutralidade de carbono: as conclusões do G20 devem permanecer vagas, mencionando uma perspectiva de "meados do século", a fim de dar alguma flexibilidade à China ou à Índia.
 
A aposta está ainda mais no centro da cúpula das vinte principais economias do planeta, que deve terminar hoje, domingo, com a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima. Quase 30.000 pessoas de 196 países se reúnem em Glasgow até 12 de novembro para uma negociação crucial.
 
Com relação especificamente ao Brasil de Bolsonaro... é melhor esquecer!
 
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