Uma exibição muito especial. Pela primeira vez, em São Paulo, nessa sexta, 29, o filme "Marighella", de Wagner Moura. E quando se fala em Marighella vem sempre muita emoção, por sua vida de lutas, até ser assassinado pela ditadura.
Antes da exibição do filme, o diretor fez um pequeno discurso aos convidados. "É um absurdo ter que lutar contra o governo federal para estrear no seu país", disse Moura. "É um filme de amor, feito para o público brasileiro, sobre os que resistiram à ditadura e os que estão resistindo hoje no Brasil. Fora, Bolsonaro!", gritou o ator baiano, sob aplausos.
O cantor e ator Seu Jorge, que interpreta o guerrilheiro Carlos Marighella no filme, diz que a demora do lançamento da obra foi "de uma brutalidade imensa". E afirma que foi uma oportunidade de "reconexão com meu país, minha gente, com as causas desse povo".
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, PT, estava na plateia, ao lado da esposa, Ana Estela. "Eu vi esse filme há dois anos e tô emocionado de lembrar o que ele representa em termos de resistência ao arbítrio e de luta pela liberdade", afirmou. "É muito oportuno para o momento em que vivemos lembrar que há brasileiros que não aceitam viver sob o julgo de ninguém."
O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e ex-candidato a prefeito de SP pelo PSOL Guilherme Boulos também compareceu à pré-estreia. "Esse filme foi censurado, atacado, vítima da guerra ideológica bolsonarista, então é muito simbólico ter esse momento de estreia", afirmou.
O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) e a secretária municipal de Cultura, Aline Torres, também estiveram no evento.
O filme chega ao circuito comercial no dia 4 de novembro. E todos esperamos que Bolsonaro saia logo do circuito...