27/10/2021 às 08h42min - Atualizada em 27/10/2021 às 08h42min

CPI INDICIOU BOLSONARO

E AGORA?

 
A sessão final da CPI da Covid foi um espetáculo à parte. Pode-se dizer até mesmo que foi emocionante. Os discursos dos três senadores que conduziram a CPI foram impecáveis, particularmente o de Randolfe Rodrigues (senador pelo Amapá), mas também os de Omar Aziz e Renan Calheiros. Um momento importante para todo o país, como se todos nós estivéssemos derrotando as 7 pragas do Planalto.
 
Foi um passo importante na luta contra o obscurantismo bolsonárico, mas foi apenas o primeiro passo. A sociedade precisa continuar a pressionar. Agora precisamos todos mirar nas providências a serem tomadas fora do Congresso. Na manhã desta quarta, 27, integrantes da CPI entregarão o relatório final à PGR (Procuradoria-Geral da República) e vão criar um observatório para acompanhar o andamento das investigações nos Ministérios Públicos e no exterior.
 
O procurador-geral da República, Augusto Aras, já definiu que vai encaminhar o material para “análise prévia” de um órgão da PGR que fiscalizou as políticas públicas da pandemia, o GIAC (Gabinete Integrado Covid-19).
Depois dessa primeira análise, Aras deverá definir se vai instaurar investigações ou apresentar denúncias contra Bolsonaro e outras autoridades com foro privilegiado que tiveram o indiciamento pedido no relatório, como os ministros Marcelo Queiroga (Saúde), Walter Braga Netto (Defesa), Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União).
 
O senador e vice-presidene da CPI, Randolfe Rodrigues, afirmou que, se Aras não agir, a intenção é apresentar uma ação penal por conta própria. Integrantes da Comissão também pretendem pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem cabe abrir eventual pedido de impeachment do presidente da República. O relatório ainda pede o indiciamento de deputados federais.
— Estaremos vigilantes para ter algum tipo de manifestação do presidente da Câmara (sobre crime de responsabilidade) — afirmou Randolfe.
 
Questionado, Lira limitou-se a dizer que aguarda o texto chegar a suas mãos.
— Eu aqui estou esperando tranquilamente para ver o posicionamento, se os deputados da Casa vão ser incluídos no relatório porque expressam o seu pensamento. Se eles cometeram crime ou não, eu estou esperando para me posicionar em relação a esse evento como presidente da Casa — afirmou, mas é bom lembrar que nós, aqui, não estamos tranquilamente esperando. Trata-se de coisa séria, seríssima, e ninguém pode pestanejar.
 
As sugestões de indiciamento de deputados passariam pela PGR, como a do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). O relatório sugere que ele teria cometido incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa.
Outros deputados federais e um senador foram citados por incitação ao crime por supostamente disseminarem notícias falsas durante a pandemia, o que também passaria pela PGR devido ao foro privilegiado: Bia Kicis (PSL-DF), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e Carla Zambelli (PSL-SP).
 
Está claro que o ‘agora’ é pra já?!??
 
Leia também no Globo e no Brasil247.
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