13/10/2021 às 13h29min - Atualizada em 13/10/2021 às 13h29min

​BRASIL DE BOLSONARO:

UM MERGULHO NA VERGONHA


O Brasil que eu, você, as crianças que brincam na praça, nosso povo trabalhador, o Brasil que todos nós sempre amamos, esse Brasil mergulhou profundamente no mundo da vergonha. Ou de sem-vergonha. Dá no mesmo. Acordar dia após dias e ver as notícias que o ‘governo’ Bolsonaro providencia para as nossas próximas 24 horas, as nossas próximas semanas, os nossos próximos 14 meses e meio... isso é de arrepiar, é desesperante. E agora não somos apenas nós, que experimentamos cada minuto desse dia a dia, que temos esse sentimento. O mundo inteiro já percebeu e põe o dedo na ferida. Um exemplo é essa reportagem feita pelo correspondente do Le Monde no Rio, Bruno Meyerfeld.
 
Brasil afunda na pobreza extrema
Por Bruno Meyerfeld (Rio de Janeiro, correspondente)
Veja trecho postado dia 12/OUT/2021

Devido à pandemia da Covid-19 e à crise econômica, o número de moradores de rua continua a aumentar nas megalópoles brasileiras. Carne, arroz, feijão... os preços dos alimentos disparam, arrastando milhões de pessoas para uma "grave insegurança alimentar"
Com a mochila grande, a camisa passada a ferro e o corte de cabelo caprichado, Eduardo Monteiro podia parecer um estudante ou um escriturário. Aos 40 anos, nesta sexta-feira, 24 de setembro, esse homem de aparência tranquila caminha ao sol perto dos arcos da Lapa, bairro popular e festivo do centro do Rio de Janeiro. Mas alguns sinais não enganam: o homem tem olhos fundos e traços desenhados, indicativos de dias de preocupação e noites difíceis. Porque ele mora nas ruas há seis meses.
"É difícil. Eu estou sozinho. É só Deus e eu”, disse este ex-mecânico, natural de São Paulo, que de repente perdeu o emprego durante a pandemia. “Estou tentando encontrar um pouco de papelão ou sucata para trazer para reciclar”, diz ele. A tarefa é difícil: você tem que viajar dezenas de quilômetros todos os dias com vários quilos nas costas para coletar alguns centavos reais. “O mais difícil são os olhos das pessoas. Eles têm medo de mim”, lamenta.
Na verdade, Eduardo não está sozinho. Ele se juntou à longa coorte de mendigos do centro do Rio, que abriga inúmeros assentamentos para moradores de rua. Os colchões (quando houver) são montados na calçada, à sombra das árvores, rodeados de pombos, ratos e baratas. A maioria dos pobres é negra. Muitos têm uma aparência suspeita ou parecem completamente perdidos. Álcool e crack cobram seu preço aqui.
 
 
Como estamos vendo, como todos estão vendo, está cada vez mais difícil um dia após o outro de Bolsonaro. Faltam mais 14 meses e meio para ele sumir de nosso dia a dia. Cerca de 435 dias ou mais. É uma vergonha eterna.

Leia também no Le Monde.

 
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