28/09/2021 às 07h01min - Atualizada em 28/09/2021 às 07h01min

​COISA DE LOUCO

GENERAL PODE SER PUNIDO POR EVITAR LOUCURA DE TRUMP


É tudo muito incompreensível, nesse país onde guerras e matanças tornaram-se coisas do dia a dia. E aqui temos mais um exemplo. Mark Milley, o principal general dos Estados Unidos, presidente do Estado-Maior Conjunto americano, comparecerá ao Congresso nesta terça-feira, 28, no que deve ser o interrogatório mais acalorado de um oficial militar americano em mais de uma década.
Ele deverá ter um interrogatório duro por parte dos Republicanos no Comitê das Forças Armadas do Senado, após relatos, em um livro recente, de que ele cometeu atos de insubordinação para evitar que Donald Trump iniciasse uma guerra como um desvio de sua derrota na eleição no ano passado. Ou seja, está sendo acusado de evitar uma guerra idiota, com centenas de mortes!!!

No livro “Peril” (“Perigo”), os jornalistas Bob Woodward e Robert Costa, do Washington Post, relatam também que Milley ligou duas vezes para seu homólogo chinês para assegurar-lhe que os EUA não conduziriam um ataque surpresa e que o general dos EUA alertaria Pequim se o presidente tentasse um. Ou seja, Milley preparou-se para evitar outra loucura.

De acordo com o livro, Milley também ordenou que oficiais designados para a sala de guerra do Pentágono o avisassem se Trump ordenasse um lançamento nuclear, apesar do fato de o presidente dos chefes conjuntos não estar na cadeia de comando.

Milley enfrentará senadores Republicanos que, desde que o livro foi lançado neste mês, pedem sua renúncia. Alguns Democratas, embora geralmente gratos pela intervenção de Milley para descartar uma ação militar potencialmente catastrófica ordenado por um presidente instável e derrotado, também estão preocupados com o precedente que isso abre para o futuro equilíbrio de poder entre líderes civis eleitos e generais e almirantes dos Estados Unidos. Como assim? Um precedente de evitar milhares de mortes inteiramente desnecessárias?!?!?!?!???

O objetivo formal da audiência no Senado é ouvir depoimentos sobre “a conclusão das operações militares no Afeganistão e planos para futuras operações de combate ao terrorismo”.
Milley, ao lado do secretário de defesa, Lloyd Austin, e do chefe do comando central dos EUA, Gen Kenneth McKenzie, enfrenta severos questionamentos de todos os lados sobre os caóticos últimos dias dos 20 anos de presença militar dos EUA no Afeganistão e foi perguntado por que muitos Afegãos que tinham recebido vistos especiais de imigrante ou que tinham pedidos de visto pendentes foram deixados para trás para se defenderem sozinhos depois que Cabul caiu nas mãos do Talibã.

McKenzie também terá que responder a perguntas sobre um ataque de drones em 29 de agosto, que tinha como alvo um carro-bomba do Estado Islâmico, mas matou 10 membros de uma família, sete deles crianças.

Milley será questionado por que ele considerou um "ataque justo", antes que todas as evidências estivessem disponíveis. Todos os três (Milley, Austin e McKenzie) terão que responder às preocupações de que tais erros mortais possam se tornar mais frequentes à medida que os EUA recorram a uma abordagem sem limites para operações antiterroristas no futuro, realizando bombardeio de longa distância com pouca ou nenhuma inteligência humana no solo para orientar os ataques.

Que mundo é esse!!!!!

Leia também em The Guardian.

 
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