23/07/2020 às 15h50min - Atualizada em 23/07/2020 às 15h50min

​A CULTURA BRASILEIRA PERDE SÉRGIO RICARDO

CANTOR E COMPOSITOR MORREU, NO RIO, AOS 88 ANOS.


O coração não resistiu e o cantor, compositor, ator e lutador Sérgio Ricardo partiu, nessa quinta-feira, deixando sua marca na Cultura Brasileira. Ele participou de importantes movimentos como a Bossa Nova e o Cinema Novo. Sérgio Ricardo estava internado no Hospital Samaritano, Zona Sul do Rio. Ele conseguiu vencer o coronavírus (Covid-19), mas uma insufiência cardíaca levou o paulista de Marília, João Lutfi, carioca por adoção desde 1950.

“Hoje pela manhã partiu nosso mestre Sérgio Ricardo, nosso amado João Lutfi, aos 88 anos de muita arte, resistência e, acima de tudo, muito amor. Suas expressões nos deram e darão ainda muita alegria, mas até os mais inspiradores guerreiros precisam descansar." , comunicou a família pelo Instagram. 
Sérgio Ricardo começou a carreira profissional como pianista nas noites cariocas. Aí conheceu Tom Jobim e passou a cantar e compor músicas.“ A bossa romântica de Sérgio Ricardo” foi o primeiro LP de sua carreira, em 1960. No histórico Festival de Bossa Nova, no Carnegie Hall de Nova York, em 1962, ele estava lá ao lado de Tom Jobim, Roberto Menescal, João Gilberto e Sérgio Mendes. Nesse vídeo, Sérgio Ricardo conta como se incluiu no movimento cultural brasileiro que ganhou o mundo, a Bossa Nova. 


Já conhecido como cantor e compositor de protesto, em plena ditadura militar, a participação de Sérgio Ricardo, no 3º Festival de Música Popular, da TV Record, em 1967,surpreendeu o público e marcou a sua carreira. Ao ser vaiado pelo público, quando cantava a música “Beto Bom de Bola”, não se intimidou. Quebrou o violão e jogou na plateia. Em 1991, Sérgio Ricardo publicou o livro “Quem quebrou o meu violão”, uma viagem pela Cultura Brasileira desde a década de 1940.

A passagem pelo Cinema Novo foi em grande estilo. Escreveu roteiro para a peça de Ariano Suassuna e compôs músicas para as trilhas sonoras de “Deus e o diabo na terra do sol” e “Terra em Transe”, símbolos do Cinema Novo, de Glauber Rocha.  
Como tantos importantes nomes da Cultura Brasileira que partiram nessa pandemia do coronavírus, ele não vai poder ter as homenagens dos amigos e admiradores na sua despedida. Sérgio Ricardo vai ser enterrado, só com a presença da família, nessa sexta-feira, no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. 
Fica a obra desse grande brasileiro Sérgio Ricardo. Para sempre.

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