O Datafolha mostra um quadro estabilizado nas expectativas para a próxima eleição presidencial. Lula, naturalmente, segue bem à frente de Bolsonaro e, no 2º turno, tem 56% contra 31%. Os candidatos dos pelotões inferiores também seguem onde estavam. Os novos nomes de candidatos a uma terceira via (alternativas a Lula e a Bolsonaro) e o agravamento da crise política, que culminou nos atos de cunho golpista de Bolsonaro no 7 de Setembro, também não alteraram o quadro.
O Datafolha fez quatro simulações de primeiro turno, duas delas comparáveis com levantamentos anteriores, e duas novas. Nos cenários comparáveis, há estabilidade em relação à rodada anterior feita pelo Datafolha, em julho. João Dória (SP) passa de 5% para 4%. Ciro Gomes (PDT), sempre em terceiro, passou de 8% para 9%.
Na simulação em que o nome do PSDB é Eduardo Leite (que oscila de 3% para 4%), Lula oscila de 46% para 42%, Bolsonaro se mantém em 25% e Ciro Gomes (PDT) pula de 9% para 12%. Mesmo em cenário mais fechado, só com Lula, Bolsonaro, Ciro e Dória, eles mantêm as distâncias registradas em outras simulações.
A modorra parece garantir que nada mudará no cenário, a não ser que algo grave aconteça até mais ou menos abril do próximo ano. A esperança da centro-direita é essa: que o derretimento da popularidade de Bolsonaro inviabilize sua candidatura nas urnas e abra espaço para um novo anti-Lula em outubro de 2022. A esperança faz parte de toda eleição – e a desesperança também...
Para o Centrão, que apoia Bolsonaro no momento, e mesmo para o PSD afastado do Planalto, Lula surge como uma hipótese de trabalho talvez mais provada — todos estiveram com Lula e Dilma Rousseff (PT) em seus governos.
Lula segue tranquilo. Há quem pense que Bolsonaro é o seu candidato ideal, mas é indiferente. Aliás, se Bolsonaro saísse fora, Lula certamente herdaria a maior parte do seu eleitorado.