03/09/2021 às 07h42min - Atualizada em 03/09/2021 às 07h42min

​AGRONEGÓCIO X ÍNDIOS

ADIVINHA QUEM BOLSONARO DEFENDE...


Bolsonaro não quer legalizar para os índios a entrega das terras que eles ocupam agora. Acha que é muita terra. Prefere entregar essas terras para seus aliados do agronegócio. Fez um apelo para que o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheça a validade do marco temporal para o reconhecimento de áreas indígenas e estabeleça que a demarcação das terras só possa ser reivindicada por comunidades que ocupavam essas áreas antes da data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.
Disse na sua tradicional live semanal, nessa quinta-feira, 2, que mudar essa regra pode acabar com o agronegócio brasileiro. Bolsonaro disse que o STF precisa ter “bom senso” para não “entregar o Brasil para os índios”. Como assim, ‘bom senso para não entregar a terra dos índios aos índios’? Foi Cabral que lhe deu essa ideia? Ou foram seus amigo$?

Além disso, chamou os juízes do Supremo de golpistas:
“Espero que o STF não aceite esse novo marco temporal, ou alguém peça vistas, o que é comum acontecer, e aí sentam em cima do processo”. Dá pra acreditar em algo assim. Os juízes do Supremo têm todo o direito de processá-lo.

Nessa quinta, 2, o STF suspendeu o julgamento da tese. A retomada está prevista apenas para o próximo dia 8, após o feriado da Independência. Até agora, nenhum ministro votou. Felizmente, o relator, ministro Edson Fachin, já apresentou seu parecer sobre a matéria e deu a entender que rejeitará a tese bolsonarista, permitindo que áreas que foram ocupadas após 1988 possam ser reivindicadas pelos indígenas.
Bolsonaro criticou essa mudança. “Se mudarem a interpretação da data, no campo de futebol da sua cidade, se aparecer índio deitado, aquilo passou a ser terra indígena. Vai ter que ser demarcado”, reclamou... Fala sério, Bolsonaro!

Segundo ele, o Brasil tem cerca de 120 milhões de hectares de áreas indígenas atualmente, o que equivale a 14% do território nacional. Ele diz que essa área pode aumentar para quase 240 milhões de hectares caso a tese do marco temporal seja alterada, fazendo com que as terras indígenas no país sejam maiores do que as regiões Sudeste e Sul juntas. E continua com seu terrorismo: “Se for mudada a data do marco temporal, quem tem área produzindo soja pode esquecer. O cara que está produzindo sabe que daqui a 10 anos, se reconsiderarem o que está sendo votado, ele sabe que o que ele está fazendo não vai valer nada. Qual o estímulo que tem para investir hoje em dia? Qual garantia jurídica que tem para continuar trabalhando? O Brasil não pode continuar vivendo dessa forma”, disse ele.

Bem mais difícil é o Brasil continuar vivendo com esse presidente...

Leia também em ApibOficial e Diário de Pernambuco.

Vídeo aqui.

 
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