30/07/2021 às 16h43min - Atualizada em 30/07/2021 às 16h43min

BOLSONARO?

PRESIDE O BRASIL?


Bolsonaro realmente está convencido de que não tem condições de vencer a próxima eleição. Mas, naturalmente, não está levando a coisa numa boa. Quer porque quer passar outra temporada como presidente. Talvez várias temporadas... Mas está se convencendo que não é tão simples assim. Aqueles supremos juízes ‘odientos’ meteram-se em seu caminho e pretendem deixá-lo à margem da estrada da reeleição. Não que eles tivessem planejado isso. Ao contrário, queriam distância desse bate-boca. Mas o caldo entornou.
Imaginem que agora Bolsonaro é chamado de moleque no STF (Supremo Tribunal Federal) e também no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Pode isso, Terta? Pode, porque de fato o país, através dos seus tribunais superiores, está mostrando que não pretende se entregar às inconsequência de um presidente que não admite a derrota eleitoral – coisa que dia após dia, torna-se mais evidente.  

Os supremos juízes dizem que o TSE não ficará mais só no 'palavrório'. Responderão às mentiras que o Bolsonaro divulgou em live sobre sistema eleitoral e devem avançar para atuação concreta e punitiva.
A reação às falas de Jair Bolsonaro na live em que atacou, sem provas, o sistema eleitoral tem sido a pior possível, tanto no STF como no TSE.
Bolsonaro teria sido chamado até de "moleque" por um dos magistrados do STF, e teve o apoio e a concordância de outros colegas.

Um dos integrantes TSE afirma que as respostas institucionais e as iniciativas de comunicação do tribunal têm sido boas, mas não são suficientes para barrar as investidas de Bolsonaro contra as eleições.

Durante a live do presidente, o TSE foi rápido e rebateu em série 18 alegações feitas por ele.
Além de usar o Twitter para desmentir Bolsonaro em tempo real, a Secretaria de Comunicação do TSE compilou uma série de links que refutam várias de suas declarações. Bolsonaro divulgou uma profusão de mentiras e de suspeitas que já foram seguidamente desmentidas por investigações feitas pela Polícia Federal ou pela própria corte.
Na opinião de magistrados do tribunal eleitoral, no entanto, seria necessário atuar de maneira mais firme, com medidas concretas que resultem em punição, inclusive no âmbito eleitoral, para que Bolsonaro cesse as tentativas de desacreditar as urnas eletrônicas e, em consequência, o próprio resultado das eleições.

É possível investigar o próprio presidente e assessores que participaram da divulgação de fake news sobre as eleições na live também no âmbito criminal. O STF já instaurou inquéritos para apurar a disseminação de mentiras.
É preciso atuar agora para que o país possa realizar as eleições de 2022 dentro da normalidade. Os magistrados acreditam que tentativas de diálogo com Bolsonaro, como ainda defende o presidente do STF, Luiz Fux, são inúteis e que ele, na verdade, tenta criar um ambiente para tumultuar o processo eleitoral em 2022 caso chegue em desvantagem na disputa.

As pesquisas eleitorais mostram que, se a eleição fosse hoje, Lula venceria Bolsonaro no segundo turno por ampla margem. De acordo com o Datafolha, Lula teria 58% dos votos, contra 31% de Bolsonaro.
Na sua fantástica live, Bolsonaro apresentou um homem, que chamou apenas de "Eduardo, analista de inteligência", para que ele apresentasse supostas vulnerabilidades das urnas eleitorais.
"Eduardo", que depois foi identificado em reportagens como Eduardo Gomes, assessor especial da Casa Civil, apresentou também vídeos e gráficos de apurações de eleições passadas para questionar a contabilidade dos votos.
Bolsonaro convidou até mesmo uma pessoa que se apresentou como "Jefferson", que seria "programador", para fazer uma demonstração fictícia de como alterar um código da urna eletrônica que desviaria votos de um candidato a outro. A exposição era simplória e não provava nada.
Bolsonaro usou também um vídeo de um astrólogo que faz acupuntura em árvores!

Enfim, espera-se resposta forme e definitiva às bolsonarices.

Na próxima semana, o presidente do STF, Luiz Fux, deve se encontrar com Bolsonaro e com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Ele prepara uma resposta à tentativa de intimidação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e às mentiras de Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral.
Segundo o Estadão, o ministro Fux disse em conversas reservadas que avalia citar nominalmente, durante seu discurso na retomada dos julgamentos na Corte, as Forças Armadas e Braga Netto, que teriam gerado a crise política instalada a partir de acenos golpistas.
"Há, ainda, a possibilidade de que a declaração seja mais genérica, evitando despertar animosidade no meio militar, mas que, mesmo assim, cumpra o papel de sinalizar aos outros Poderes e à caserna o comprometimento do Supremo com a estabilidade democrática", diz a reportagem.

Na próxima semana, Fux deve se encontrar com Bolsonaro e com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A conversa promete ser bem animada. Principalmente se Bolsonaro quiser saber qual foi o ministro que o chamou de “moleque”...

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, o chefe de governo foi chamado de "moleque" por um ministro da Corte – e teve o apoio de outros colegas...

Leia também no Brasil247, Folha e CartaCapital.
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