O QUE MORO FAZ PARA DIVIDIR O PAÍS

Moro é um artista – no pior sentido, claro. Na audiência que teve na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o que mais fez foi desviar-se das perguntas e responder em outra direção, sempre com aquela imagem de santo. Santo do pau oco, evidentemente. Por exemplo, disse que nunca teve nas mãos o caso Fernando Henrique. É verdade, mas ninguém tinha dito isso. O que foi afirmado é que ele teria aconselhado – e convencido –  os procuradores a mudar a tática de também envolver Fernando Henrique (por conta de história antiga), com o objetivo (que os procuradores tinham) de dar mais credibilidade a sua perseguição a Lula. E Moro foi contra. Justificou a decisão, dizendo que ele, FHC, poderia vir a ser um aliado (o que se concretizou). E essa é a questão, o seu envolvimento forte com os procuradores e o seu uso político da função de juiz, tanto na combinação imoral para condenar Lula, quanto na proteção a Fernando Henrique.
Moro insistiu na tecla de que não disse o que está gravado e que The Intercept deveria apresentar todas as gravações de uma vez – como se uma coisa tivesse a ver com a outra. Além disso, The Intercept deixou bem claro como seria todo o processo de análise e checagem do material, que ainda está em andamento. E é óbvio que isso também se trata de uma tática para demonstrar as contradições de Moro e seus amigos procuradores. Uma tática que está dando muito certo.
Mas o que Moro tem de melhor é a sua interpretação de homem santo, puro, incapaz de fazer mal a uma pobre mosca. Apresenta aquele olhar (falsamente) puro... sonhador... vítima..., faz exatamente o necessário para conquistar corações e mentes dos mais ingênuos – e dos mais espertos também! E ontem, dia 19, ele teve o dia quase inteiro, recebendo os holofotes e a audiência para exibir o seu talento interpretativo. Quem mais sofre com isso é o Brasil, rachando-se e sangrando de morte, enquanto a Bolsa bate recordes...
Levanta, Brasil! Não se deixe levar por políticos do tipo Moro!