24/07/2021 às 08h50min - Atualizada em 24/07/2021 às 08h50min

​LULA AVANÇA NA QUESTÃO MILITAR

QUER RELAÇÃO DE PAZ


Lula não nasceu ontem nem anteontem. Sabe muito bem que a relação do poder no âmbito militar é sempre muito delicada. Por isso, resolveu acertar o passo com a ala militar para poder garantir uma vitória tranquila em 2022.

Os seus interlocutores com trânsito nos quartéis têm procurado nomes de alta patente para aproximação. Preferem, naturalmente, aqueles militares da ativa que não concordam com a linha bolsonarista que faz pregações absurdas contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e ataca a urna eletrônica, mesmo sem conseguir provar que haja fraude.

O objetivo é pôr a bola no chão e partir para as conversas, o momento é de amenizar as resistências. Um dos melhores argumentos é o de que, em seus dois mandatos como presidente, Lula não teve problemas com as Forças Armadas. E é claro que vai continuar assim em seus próximos mandatos.

No almoço que Lula teve no mês passado com Eduardo Paes, prefeito do Rio, esse foi um tema central. Lideranças fluminenses presentes perguntaram a Lula qual seria o destino dos mais de 6 mil militares que ocupam cargos no governo Bolsonaro, caso seja eleito. Lula repetiu o que tem dito sempre, que sua ótima relação com os militares continuaria assim. Ele reconheceu que houve tensões no governo Dilma. Entre os motivos para isso, citou a criação da Comissão da Verdade, que investigou violações de direitos humanos no Brasil, durante a ditadura militar.

Para ficar claro que não quer atritos com os militares, Lula não falou nada sobre a reportagem do “Estadão” que revelou que o ministro da Defesa, Braga Netto, enviou uma ameaça para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio de um interlocutor, avisando que, sem o voto impresso, não haveria eleições no ano que vem – o que é um absurdo tipicamente negacionista. Mas Lula, melhor do que ninguém, conhece o caminho das pedras.

Leia também no Globo e no Brasil247.
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