25/06/2021 às 09h39min - Atualizada em 25/06/2021 às 09h39min

LULA É MAIS QUE DOIS BOLSONAROS

PESQUISA MOSTRA 49% X 23%


Lula lidera, claro. Mas lidera com sobra, com muita sobra, transformando Bolsonaro em uma sobrinha eleitoral.
Lula tem 49% das intenções de voto contra apenas 23% de Bolsonaro. São 26 pontos à frente de Bolsonaro, mais que o dobro. E tem mais: tem 11 pontos a mais do que a soma dos seus possíveis adversários. Mais ainda a destacar: Lula venceria no primeiro turno, caso as eleições fossem hoje.
 
Ciro Gomes (PDT), que deve disputar a quarta eleição presidencial, tem 7% e está tecnicamente empatado com João Dória, o governador tucano de São Paulo, que tem o incrível índice de... 5%! E o Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, aparece com fabulosos 3%. Esses três perdem até para o conjunto de citações de brancos e nulos, que somam 10%, e de eleitores que não sabem ou não respondem, 3%.
 
A margem de erro é de dois pontos.
A intenção de voto em Lula naturalmente destaca-se mais no Nordeste, onde tem 63% contra 15% de Bolsonaro (aliás, o seu menor índice entre todas as regiões do país). Lula aparece à frente de Bolsonaro entre os mais jovens (53% a 17%), entre os que têm ensino fundamental II (59% a 19%), entre os que se autodeclaram pretos ou pardos (54% a 21%) e entre os que são de outras religiões que não a católica e a evangélica (54% a 19%).
 
Os maiores índices de ótimo e bom que Bolsonaro consegue são das regiões Sul (29%), Norte e Centro-Oeste (28%); entre os homens (28%); entre os evangélicos (32%) e entre quem se autodeclara branco (29%).
 
A professora de Ciência Política Maria do Socorro Sousa Braga, da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), explica que o índice de intenção de voto de Lula é resultado de sua maior exposição no cenário político e do início das articulações com vistas a 2022. O que, sejamos óbvios, demonstra apenas que a presença de Bolsonaro na presidência da República é de fato e uma nulidade... Maria do Socorro acredita que Lula cresceu porque “vive uma maré positiva de notícias sobre processos a que responde, além de contar ainda com a queda na aprovação do governo do atual presidente”. O que significa “apenas” que Lula é infinitamente superior!
 
Avaliação do governo
As investigações e depoimentos na CPI da Covid no Senado também ajudaram a elevar a reprovação de Bolsonaro em 10 pontos , de 39% para 49%, segundo a pesquisa do IPEC. Já a sua aprovação caiu de 28% para 24% — quatro pontos a menos em relação a fevereiro, antes do início dos trabalhos da CPI.
A pesquisa mostra que entre os entrevistados, 26% avaliam o presidente como regular — uma queda de cinco pontos em comparação com a pesquisa anterior, produzida em meio a recordes diários de mortes e casos confirmados de Covid-19. Com a instalação da CPI para apurar ações e omissões do governo Bolsonaro no enfrentamento ao vírus e a destinação dos estados e municípios dos repasses federais, a reprovação presidencial disparou.
Márcia Cavallari, executiva do IPEC, afirma que os resultados da pesquisa de avaliação do governo refletem a percepção da população sobre o que está acontecendo no país – que, aliás, é o que normalmente acontece nas pesquisas.
— Os entrevistados levam em conta todas as informações sobre a atualidade. A pesquisa foi feita em uma conjuntura de divulgação dos 500 mil mortos por Covid-19, as manifestações contrárias ao governo e as apurações da CPI. Todo esse contexto se reflete na pesquisa. Há uma piora rápida na avaliação do governo, se compararmos com a pesquisa de quatro meses atrás — explicou Márcia.
 
Cerca de dois terços dos entrevistados pelo IPEC afirmaram que não concordam com a maneira do presidente governar (66%) e não confiam nele (68%). Os que aprovam a forma de gestão são 33% e os que confiam em Bolsonaro, 30%.
 
Entre o eleitorado evangélico, principal base de apoio de Bolsonaro, a queda na avaliação positiva foi ainda maior que a média geral. Aqueles que consideravam o governo bom ou ótimo eram 38% há quatro meses. No levantamento atual, o índice caiu nove pontos percentuais e chegou a 29%.
 
Para manter o núcleo duro de apoio unido e forte, Bolsonaro investe em acenos aos evangélicos. Recentemente, participou de uma “motociata”, em São Paulo, batizada de “Acelera para Cristo com Bolsonaro” e se aproximou de líderes neopentecostais, que ganharam força no governo. Apesar da queda nos índices de aprovação no segmento, os evangélicos ainda são os que mantêm o maior apoio ao governo (29%).
Vale lembrar que, desde a campanha de 2018, Bolsonaro mantém apoio principal entre evangélicos, entre homens e entre as pessoas com uma renda maior. Mas a situação econômica e sanitária que vivemos, com 500 mil mortes por Covid, parece começar a mudar a forma como parte desse grupo vê o Bolsonaro – é o que se vê com a queda do número de ótimo e bom do governo por parte dos evangélicos — afirma Maria do Socorro.
 
A pesquisa IPEC ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 17 e 21 de junho. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Trata-se da primeira pesquisa do IPEC, que foi fundado neste ano por ex-executivos do Ibope Inteligência, que encerrou as atividades.
 
Leia mais no Globo e Brasil247.


 
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