Flávio Dino está saindo do PCdoB rumo ao PSB para tentar ser vice de Lula. Faz sentido? Faz todo o sentido. O Nordeste é o maior estado do Brasil, já dissemos isso no Daqui&Dali em novembro do ano passado (Norte e Nordeste se unem em São Paulo. O Brasil é Boulos!). Com cerca de 60 milhões de nordestinos espalhados por esse Brasil brasileiro, pode-se dizer que também tem o maior número de eleitores em uma eleição presidencial.
Quem deu a notícia foi o próprio Dino – que ainda é governador do Maranhão – em entrevista à jornalista Cristiane Agostine, do Valor Econômico. Ele indicou que seu caminho será construir uma grande frente democrática contra o projeto autoritário de Jair Bolsonaro. Quer discurso mais óbvio que esse? Claro, ele também é cotado para concorrer ao Senado em 2022. Seja como for, terá papel central na costura de alianças com partidos de centro e de centro-direita para a candidatura de Lula, como informou a jornalista. “Minha contribuição é para que os diálogos se viabilizem além da esquerda”, disse ele. “Todos os partidos que estão no centro e centro-direita devem ser procurados por uma razão: é preciso isolar Bolsonaro. É uma eleição plebiscitária entre democracia e ditadura, entre civilização e barbárie, entre a Constituição de 1988 e aqueles que querem destruí-la. Não é pouca coisa que está em jogo. Por isso mesmo devemos aglutinar todas as forças possíveis. Todos aqueles que têm compromisso com a Constituição de 1988 podem ser nossos aliados. Bolsonaro é inconstitucional”, completa.
Claro, ainda existe muito mar nessa água benta. Mas está ainda mais óbvio saber qual a direção da onda nordestina na próxima eleição.