A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, falou uma coisa importantíssima, mas que o partido deveria ter percebido há dias, semanas, meses, anos, séculos atrás: a esquerda não conseguirá conduzir o país ao impeachment sozinha e precisa dialogar com o centro e a centro-direita. “Sozinho o campo da esquerda não tem condições de pressionar o Congresso suficientemente para abrir um pedido de impeachment de Bolsonaro. Precisamos do apoio do bloco da centro-direita, do centro, para pressionarmos o Congresso, com povo na rua mobilizado”, disse ela à TV 247. Perfeito. Mas por que essa conclusão demorou tanto?
Isso é o beabá da política: é necessária a união de um extenso campo das forças políticas, para termos condições de colocar o impeachment de Bolsonaro na pauta da Câmara dos Deputados. Caso contrário, todos se desencontram pelo meio do caminho. Gleisi disse que Lula “determinou que é preciso conversar com todos os setores para mudar essa situação e conseguir o impeachment”. Foi preciso que Lula – sempre transbordante de lucidez – tenha entrado em campo, e ainda tenha acrescentado que é igualmente "preciso continuar a mobilização para pressionar Arthur Lira” (presidente da Câmara).
“Sozinho o campo da esquerda não tem condições de pressionar o Congresso suficientemente para abrir um pedido de impeachment. Precisamos do apoio do bloco da centro-direita, do centro, para pressionarmos o Congresso, com povo na rua mobilizado”, disse Gleisi. Em sua visão, “é fundamental aumentar as mobilizações para pressionar o Congresso na abertura do processo de impeachment, aproveitar que as ações contra Bolsonaro crescem cada dia mais, como vimos no ato do dia 29 – um sucesso –, além do panelaço contra seu último pronunciamento”.
A próxima manifestação pelo Fora Bolsonaro ocorrerá no dia 19 de junho e Gleisi está otimista. "Sabemos que estamos numa pandemia, mas a situação é bem desesperadora. Temos que fazer esse enfrentamento nas ruas, com todos os cuidados”.
