Bolsonaro chegou ao fim da linha. Não tem mais para onde ir, diante de tudo que tem sido fartamente revelado na CPI do Apocalipse, também conhecida como CPI da Covid e pode ser ainda CPI da Vacina ou CPI das Fakenews ou até mesmo de CPI do “Te Peguei, Bolsonaro”. Não importa o título que se queira dar, o estrago é um só e é monumental.
É preciso reconhecer que a CPI até demorou a chegar a suas revelações finais, diante das barbeiragens políticas desse efêmero governo bolsonárico. Foi preciso que grandes depoimentos – surpreendentes, até – tomassem de assalto (epa!) os salões da CPI. Saíram de cena depoimentos chéu com fréu para dar lugar a um Brasil assustador, conduzido por um presidente descontrolado.
Vamos pular os depoimentos de Mandetta e Nelson Teich, que já se perderam no tempo. O depoimento do ministro faz de conta da Saúde Marcelo Queiroga também foi de doer. Basta ficar nos depoimentos recentes, de chefe da comunicação federal Fabio Wabjngarten e de Carlos Murillo, boliviano, ex-presidente da Pfizer no Brasil e atual presidente regional da empresa na América Latina. Podemos antes dar um pulo ao suposto “orçamento paralelo” revelado pelo Estadão, um esquema que teria envolvido a destinação de R$ 3 bilhões em emendas do Orçamento federal a alguns parlamentares escolhidos, que puderam definir onde seriam aplicados esses recursos. Parte significativa dessa verba teria sido destinada à compra de tratores e outros maquinários a preços superfaturados. E é importante recordar que essa destinação de recursos aconteceu em dezembro de 2020, pouco antes das eleições que escolheram os novos presidentes da Câmara e do Senado, no início de fevereiro. Isso sugere, segundo analistas, que a disponibilização do dinheiro pode ter sido uma forma de o governo influenciar o voto dos parlamentares no pleito. Seria um “mensalão – série 2”... O drama continua, claro, aguardando-se, a qualquer momento, a participação especial de Eduardo Pazuello (que antecedeu Queiroga).
A angústia do momento é se Pazuello falará ou não falará. O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, é que vai definir. E, aqui entre nós, não tem mais a menor importância. O país inteiro já sabe de cor o script dessa tragédia-suspense. Todos sabem que, no final, Bolsonaro é o culpado.