O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, não é mascarado. Provou isso em seu depoimento na CPI da Covid, no Senado, quando deixou bem claro que não segue o negacionismo bolsonárico. Foi até além: disse em seu depoimento que se arrepende de ter aparecido sem máscara ao lado de Jair Bolsonaro durante manifestação no ano passado. "Hoje tenho plena ciência de que se pensasse mais 5 minutos não teria feito”. Ele não é o único – hoje a maioria do povo brasileiro tem ciência de que se pensasse mais 5 minutos não teria votado em Bolsonaro, a maior pandemia que o país já enfrentou.
"É óbvio que, em termos da imagem, isso passa”, afirmou o presidente (da Anvisa, claro...), certamente refletindo o sentimento de milhões de brasileiros. "Estive no Planalto com o presidente naquele dia, havia uma manifestação e quando cheguei ele foi até perto dos apoiadores. Aguardei a interação, tratamos do que tinha que tratar. Hoje, tenho a consciência de que se eu tivesse pensado mais cinco minutos, não teria feito, até porque não era um assunto que precisasse de urgência para ser tratado. Não refleti na questão da imagem negativa. Depois disso, nunca mais houve esse tipo de comportamento meu”, disse Torres, naturalmente inconformado.
"A conduta do presidente difere da minha. As manifestações que faço são todas no sentido do que a ciência determina. Naquela época, o que preconizava o Ministério era o uso de máscaras por profissionais de saúde, entre outros grupos. Ainda não havia consenso sobre uso de máscara pela população", completou.
O pior em toda essa história é que Bolsonaro, com necessidade de afirmação, deverá intensificar o seu negacionismo, carregando verdadeiro exército desses negacionistas que se apegam às benesses do poder. Alô, deus Chronos, não dá para reduzir o tempo de mandato desse presidente?
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