25/04/2021 às 07h34min - Atualizada em 25/04/2021 às 07h34min

VOCÊ É CLASSE C?

ESQUECE – VIROU Z...


O IBGE diz que Classe C é a família que tem rendimentos entre R$ 4.180,00 e R$ 10.450,00. Foi uma classe que ganhou destaque no governo Lula, quando milhões de brasileiros puderam sair da miséria. Pois bem, a Classe C está ganhando no governo Bolsonaro porque está pegando o caminho de volta. Mais de 30 milhões estão tendo que pegar o caminho de volta. E o pior é que a Classe D e a Classe E estão ficando ainda mais pobres. Ou seja, o povo brasileiro está indo pro fundo do poço...

O resultado por essa tragédia é o governo Bolsonaro, que foi incapaz de combater corretamente a Covid-19, acabou sendo derrotado e levando junto todo o povo brasileiro. E o pior ainda está por vir, segundo diversas pesquisas. Dezenas de milhões de brasileiros, desde o ano passado, já estão sendo remetido de volta a situações mais precárias e podem continuar piorando em 2021...

As classes mais favorecidas, como sempre acontece, de alguma forma começam a estabilizar a renda ou a obter ganhos. Mas as classes D e E — que são cada vez mais numerosas... — devem ter uma queda de quase 15% em seus rendimentos... já agora, em 2021!

A desigualdade social brasileira vai aumentar e a tal da recuperação econômica vai ficar a ver navios – navios que poderiam estar levando os Bolsonaros para bem longe daqui.
Menos renda = menos consumo menos = menos investimentos = menos empregos... e a letra Z aguardando o país lá no final!

Um bom exemplo é a família de Noemi de Almeida, que estudou até o primeiro colegial. Antes da pandemia, ela, o marido e duas filhas tinham renda domiciliar de quase R$ 4.000. Sabe o que aconteceu? Agora vivem de doações para comer e moram em um terreno invadido no Jardim Julieta, na zona norte de São Paulo. Ali, com redes de água e luz irregulares, ao lado de centenas de casas improvisadas, temem, dia e noite, acabar todos despejados e sem ter para onde ir.
Antes da pandemia, Noemi vendia quentinhas a alunos de uma faculdade na Vila Maria enquanto o marido trabalhava como garçom. Sem aulas e com o comércio fechando por toda parte, acabou a renda e não tiveram mais como pagar o aluguel – agora ocupam, com outras 2.000 pessoas, a área invadida ainda em 2020. Com os filhos longe da antiga escola, o casal tenta obter alguma renda vendendo água e refrigerantes. “Tem dias que ganho R$ 30. Outros, que não entra nada”, diz Noemi.

A poucos metros de Naomi, Ingrid Frazão, que concluiu o ensino médio e que conseguia com o marido, até a pandemia, cerca de R$ 3.000 mensais (ela é faxineira e o marido é instalador de alarmes), agora vive na mesma ocupação, mas depende, para se alimentar, de doações e de um sopão distribuído nas redondezas. E não dá mais para pagar o aluguel de R$ 700 mensais na região do Parque Edu Chaves. Hoje, não têm a menor perspectiva de sair de onde estão.
No começo, a ocupação iniciada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) no Jardim Julieta tinha sido organizada para manter terrenos de 4,5 metros de frente por 9 metros de profundidade. Mas a demanda da população foi tanta que eles foram encolhidos para 4,5 metros por 4,5 metros para acomodar mais gente. Segundo Valdirene Ferreira, uma das organizadoras do local, pessoas não param de chegar e há filas para tentar acomodá-las.
De acordo com a FGV Social, quase 32 milhões de pessoas deixaram a classe C desde agosto do ano passado (quando teve o pagamento do auxílio emergencial do governo Bolsonaro), em queda direta rumo a uma vida pior.

E ainda tem pior. A classe E, com renda domiciliar até R$ 1.205, segundo os critérios da FGV Social, foi a que mais inchou: cresceu em 24,4 milhões de pessoas, enquanto a classe D (renda entre R$ 1.205 e R$ 1.926) aumentou em 8,9 milhões.

A verdade é uma só: um aperto dos mais pobres. A classe C tinha ganhado fama no governo Lula (2003-2011). Mas agora contribui para o inchaço acelerado das classes D e E — a última na estratificação e que engloba os mais pobres que são mais pobres ainda....

Marcelo Neri, diretor da FGV Social, compara a mudança brusca de patamar sofrida pela classe C desde o início da pandemia a um “terremoto”. Em sua opinião, o auxílio emergencial foi muito mal calibrado: foi generoso demais em 2020 e insuficiente agora, quando a pandemia faz mais mortos e obriga estados e municípios a interromper atividades.
No ponto alto do pagamento do auxílio, em agosto do ano passado, 82% das pessoas que eram consideradas muito pobres (renda per capita abaixo de R$ 246) um ano antes deixaram de ser momentaneamente — para logo depois voltar à miséria. Em muitos casos, encontram-se hoje em situação pior do que antes.
“O governo acabou produzindo muita instabilidade, o que é péssimo, em particular, para os mais pobres”, diz Neri. “A generosidade de 2020 mostrou que o governo não foi sábio, pois agora não tem dinheiro para socorrer os que mais precisam em um momento muito difícil.”

No ano passado, o auxílio emergencial foi pago entre abril e dezembro, empregando R$ 293 bilhões (R$ 600 ao mês inicialmente, e depois R$ 300, a 66 milhões de pessoas). Mas a nova rodada deste ano tem previsão de duração de só quatro meses e de somar R$ 44 bilhões —15% do total de 2020 (pagando R$ 250, em média, a 45,6 milhões de pessoas).

O auxílio emergencial menor somado à lentidão na vacinação por ​falta de planejamento federal devem levar a recuperação econômica lenta, que afetará sobretudo os mais pobres, ampliando a desigualdade.
Segundo Lucas Assis, economista da Tendências, a massa de rendimentos (salários, Previdência, programas sociais, etc.) das classes D e E deve encolher 14,4% agora em 2021.
Em compensação...  a classe A (empresários, funcionários públicos, etc.) pode crescer 2,8%, principalmente por causa da recomposição das margens de lucro que os empregadores vêm perseguindo.

Com menos renda disponível e cada vez mais numerosas, as classes D e E, que normalmente gastam imediatamente quase tudo o que ganham, não devem funcionar como grandes propulsoras da atividade econômica neste ano.
“Estão pior remuneradas, ainda mais informais do que antes e diante da inflação de alimentos e combustíveis. Logo, essas parcelas da população terão pouca renda disponível”, afirma Assis.

Outra pesquisa, da consultoria IDados e publicada pela Folha, mostrou que oito em cada dez famílias com rendimento mensal superior a R$ 5.225 também perderam renda no último trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019.
Diante da realidade dos baixos rendimentos do Brasil, essas famílias podem ser consideradas como pertencentes às classes média, média-alta e alta!!! São, definitivamente, uma minoria no país. Por tudo isso, é preocupante o efeito da rápida degradação das condições da numerosa classe C, já que é crucial que ela consiga fazer o caminho de volta para que o país engate um ritmo de crescimento mais acelerado.

A esperança é a candidatura Lula. Primeiro, porque a dupla Bolsonaro/Guedes fará de tudo para apresentar um país exuberante no ano eleitoral. Segundo, porque não importa o que façam – Lula já venceu essa parada!

A partir de informações da Folha e do Brasil247.

 
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