17/03/2021 às 10h45min - Atualizada em 17/03/2021 às 10h45min

PESQUISA SOBRE BOLSONARO

DATA FOI-SE...


A pesquisa Datafolha publicada nesta quarta-feira, 17 de março, simplesmente apresenta em números aquilo que a gente vê no dia a dia, no esquina a esquina, na boca da velhinha que está indo à feira, na esperança de conseguir umas verduras – o governo(?) Bolsonaro é uma tragédia e está em queda livre.
A rejeição ao seu trabalho (trabalho?) na gestão (gestão?) da pandemia da Covid-19 atingiu seu maior nível desde que a crise sanitária começou, há um ano.
 
Segundo o Datafolha, 54% dos brasileiros veem sua atuação como ruim ou péssima – exatamente na semana em que foi apresentado o quarto ministro da Saúde de seu governo!!!! Na pesquisa passada, realizada em 20 e 21 de janeiro (há de 3 meses...), 48% reprovavam o trabalho de Bolsonaro na pandemia.​
Na pesquisa atual, o índice dos que acham sua gestão da crise ótima ou boa caiu de 26% para 22%, enquanto quem a vê como regular foi de 25% para 24%. Os que não opinaram são 1%.
 
O Datafolha ouviu por telefone 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 de março. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
 
Os que consideram Bolsonaro o principal culpado por esta fase aguda da pandemia (com mais de 280 mil mortos no país!). E os que veem um colapso nacional do sistema de saúde devido ao pico de infecções são 43%.
 
Os governadores de estado – que em grande parte defendem medidas mais rígidas e, portanto, se opõem a Bolsonaro – são vistos como culpados por 17%. Prefeitos ficam com 9% das menções.
 
Os que reprovam Bolsonaro são 44% (eram 40% em janeiro).
O cenário é o pior já registrado, desde junho do ano passado, com apenas cerca de um terço da população apoiando o genocídio.
 
Bolsonaro mantinha-se razoavelmente bem nas pesquisas graças ao auxílio emergencial, que acabou. Ao mesmo tempo, as novas versões do coronavírus mostraram-se mais fortes. E Lula deu uma pequena aula sobre como se deve conduzir um país. Foi a pá de cal. Agora, Bolsonaro aproxima-se do recorde de má avaliação para um presidente eleito em primeiro mandato desde 1989.
 
No mesmo ponto do mandato, em 1992, Collor (PRN) era rejeitado por 68% e tinha 21% de avaliação regular. Só que seu apoio, já com o impeachment como realidade política, era menor que o registrado por Bolsonaro: 9%.
Todos os outros nomes neste estágio - Fernando Henrique (PSDB), Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT) - se saem muito melhor que Bolsonaro.
 
A rejeição a Bolsonaro chega a 49% dos moradores do Nordeste, região mais atendida por políticas assistencialistas e a segunda mais populosa (27% da amostra do Datafolha). Nas fortalezas bolsonaristas do Sul (13% da amostra) e Norte/Centro-Oeste (17%), a aprovação é maior do que na média, com 39% nos dois lugares.
 
No mais, Bolsonaro segue mais rejeitado entre os mais instruídos (55% de ruim e péssimo) e entre os mais ricos (54%). Sua aprovação é maior também entre quem ganha de 2 a 5 salários mínimos (35% de ótimo e bom) e no nicho evangélico (37%), que representa 24% da população ouvida.
 
A questão do coronavírus é evidentemente forte. Para quem rejeita a condução da crise por Bolsonaro, a avaliação geral de seu governo é de 75% de ruim ou péssimo. Vamos repetir: Para quem rejeita a condução da crise por Bolsonaro, a avaliação geral de seu governo é de 75% de ruim ou péssimo. Entre os que aprovam o seu trabalho específico na saúde ele ganha ótimo ou bom para 89%.
 
Mas confiança obviamente não é o forte de Bolsonaro, segundo os entrevistados. O índice dos que nunca acreditam no que ele diz foi de 41% para 45% em relação a janeiro, enquanto aqueles que confiam às vezes foi de 38% para 35% e os que dizem sempre confiar oscilaram de 19% para 18%.
 
A credibilidade de Bolsonaro cai muito entre mulheres: só 13% dizem sempre confiar no que ele diz, ante 23% dos homens. A desconfiança é maior entre quem tem curso superior e ganha mais de 10 salários mínimos, 52%.
 
Desde o começo da crise, Bolsonaro busca responsabilizar prefeitos e governadores, alegando que a liberdade dada a eles pelo Supremo Tribunal Federal para tomar medidas locais amarrou suas mãos — o que não é verdade, tanto que a corte lhe cobra uma coordenação nacional.
Além de considerá-lo culpado, 42% dos ouvidos creem que Bolsonaro deveria ser o responsável pelo combate à pandemia, ante 20% que acham isso de governadores e 17%, dos prefeitos.
 
Não confiam no que diz Bolsonaro 75% daqueles que consideram seu trabalho ruim ou péssimo na pandemia, número que vai a 85% entre os que reprovam seu governo no geral.
 
Os governadores lideram a percepção de que fazem o melhor trabalho contra o vírus: 38% disseram achar isso, ante 28% que elogiam prefeitos e apenas 16%, que apontam Bolsonaro.
Mas o desgaste dos governadore tem aumentado: subiu de 26% para 35% a reprovação do trabalho dos chefes estaduais de janeiro para cá, enquanto a aprovação caiu de 42% para 34%
.
Os moradores mais insatisfeitos com seus governadores são os do Sudeste, a região mais populosa (43% da amostra): 39% rejeitam o seu trabalho.
O Ministério da Saúde também se sai mal. Pazuello - que foi trocado pelo médico Marcelo Queiroga -  teve a avaliação positiva caindo de 35% para 28% desde janeiro, chegando ao menor índice desde a chegada do novo coronavírus. E aqueles que acham o trabalho ruim ou péssimo subiram de 30% para 39%, enquanto permaneceu estável os que o consideram regular (34% para 32%). A percepção de que o trabalho é ruim ou péssimo sobe para 59% entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos e a 56% no grupo mais instruído.
 
Fonte: Pesquisa Datafolha realizada por telefone em 15 e 16 de março, com 2.023 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e estados do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
 
Leia na Folha.
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