O número de mortos no Brasil aumentava com a pandemia da Covid-19, chegando à faixa dos 275.000, mas os Estados Unidos faziam tudo para lucrar com isso. Ficou comprovado que pressionavam fortemente o governo brasileiro para não comprar a "maligna" vacina Sputnik V da Rússia – uma decisão que pode ter custado milhares de vidas.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (US Department of Health and Human Services) publicou recentemente seu Relatório Anual para 2020. “2020 foi um dos anos mais desafiadores da história do nosso país e da história do Departamento de Saúde e Serviços Humanos”, como escreve o ex-secretário Alex Azar (toc, toc, toc...). “Há um fim à vista para a pandemia”, ele continua, “com a entrega de vacinas seguras e eficazes por meio da Operação Warp Speed”.
Sob o subtítulo “Combatendo influências malignas nas Américas”, o relatório anuncia: o Departamento usou as relações diplomáticas na região das Américas para reduzir os esforços de países como Cuba, Venezuela e Rússia, que estão trabalhando para aumentar sua influência na região em detrimento da “segurança” dos Estados Unidos. O Departamento coordenou sua ação com outras agências governamentais dos EUA para fortalecer os laços diplomáticos e oferecer assistência técnica e humanitária para dissuadir os países da região de aceitar ajuda desses países “mal intencionados”. Os exemplos incluem o uso do escritório do Adido de Saúde do Departamento para persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa para COVID-19 e a oferta de assistência técnica ao Panamá, no lugar da oferta de médicos cubanos.
Também é surpreendente que os EUA tenham dissuadido o Panamá de aceitar médicos cubanos, que estão na linha de frente global contra a pandemia, trabalhando em mais de 40 países.
Além do Brasil, os Estados Unidos despacharam Adidos de Saúde para a China, Índia, México e África do Sul, provavelmente encarregados de realizar atividades semelhantes. Os documentos demonstram como Washington vê a saúde global em termos estritos de poder, disposto a sacrificar incontáveis vidas para evitar que os Inimigos Oficiais conquistassem a vitória do soft power.
Resposta catastrófica O Brasil sofreu o segundo pior número de taxas de mortalidade por Covid-19 do mundo, com a política do Covid-19 de Bolsonaro sendo descrita como "homicida negligente". Ao longo de 2020, o governo brasileiro se recusou consistentemente a buscar qualquer vacina, exceto a AstraZeneca.
Um grupo de prefeitos brasileiros exortou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a renunciar, escrevendo: “Sua liderança não acreditava na vacinação como saída da crise e não fez o planejamento necessário para a aquisição das vacinas”. Com o número de mortes aumentando, Bolsonaro eventualmente e tardiamente abriu discussões para a entrega de vacinas contra o Sputnik V. Documentos secretos publicados pela Brasil Wire também revelaram que o Reino Unido fez lobby no Brasil em nome da AstraZeneca, mostrando que os Estados Unidos não são o único país a alavancar poder em nome de multinacionais farmacêuticas na América Latina. Este é apenas o último episódio escandaloso na forma como Bolsonaro está lidando com a pandemia.
O que o Brasil mais precisa é uma vacina contra os Bolsonaros...