O Brasil volta a ganhar vida. O país recupera-se instantaneamente de uma situação torpe, estava inteiramente entorpecido, mas a força da resistência foi maior. A decisão de Fachin de afastar o julgamento de Lula do âmbito curitibano – contaminado por Moro e seus procuradores – dá outra dimensão ao futuro do presente de Lula. Disse Merval Pereira na sua coluna do Globo que Edson Fachin agiu para socorrer o ex-juiz Sérgio Moro, que, como demonstram as mensagens obtidas pelo hacker Walter Delgatti, perseguiu Lula. "O que aconteceu ontem foi apenas mais uma etapa dessa disputa, que pode ter hoje, na reunião da Segunda Turma, seu prosseguimento. O ministro Gilmar Mendes estaria disposto a levar para o plenário da Turma a questão da parcialidade de Sérgio Moro e provavelmente ganharia, pois, com a chegada do ministro Nunes Marques, a maioria contra a Lava-Jato ficou fixada antes mesmo de qualquer julgamento", disse ele, em sua coluna. Será?
Tudo pode ser. Mas a questão principal parece ser bem mais ampla. A decisão de Fachin coloca Lula no centro da próxima eleição presidencial, como principal oposição ao governo fascista e irresponsável de Bolsonaro. Por mais que existam grandes nomes de oposição, nenhum tem a capacidade de motivação/mobilização que Lula tem. Nenhum tem a capacidade de falar diretamente com os mais pobres, nenhum tem a vantagem de falar a mesma linguagem daqueles de vivência igual. Nenhum tem a capacidade de reconciliar o país, de levar o Brasil para o futuro que merece e que todos nós sonhamos – um futuro brilhante.
