Claro, todos nós sabemos muito bem para que servem os juízes de direito ou para que servem os promotores.
O Juiz, no nosso sistema judicial, pode e deve desempenhar sua tarefa de dirimir litígios de modo socialmente mais justo. O Judiciário, nos tempos atuais, não pode se limitar apenas a exercer função jurídica, técnica, secundária – deve também exercer papel ativo, inovador da ordem jurídica e social. Já os promotores são funcionários públicos que têm como responsabilidade maior defender os interesses da sociedade. No dia a dia, seu papel é instaurar inquéritos civis e ações civis públicas para elucidar supostos crimes e resguardar o direito das partes envolvidas.
Isso está claro? Deu pra entender bem as funções de juízes e promotores? Pois bem. Aparentemente eles têm funções muito mais amplas, complexas e – aqui entre nós e o mundo inteiro – de caráter bastante duvidoso. Pelo menos, é isso que se conclui quando ouvimos as fitas (ou lemos a reprodução) com os novos diálogos entre Moro, Dallagnol e outros procuradores de Curitiba revelando uma verdadeira armação contra Lula e diversos réus da Lava Jato.
O documento com os diálogos inclui trocas de mensagens individuais e em grupos (chats) no aplicativo Telegram, o que representa aproximadamente 34 Gb (4,6% dos 740 Gb totais disponibilizados). Nas conversas, Moro, de codinome “Russo”, é apresentado como um verdadeiro chefe, chefão, que orientaria os procuradores e até reclamaria de recursos apresentados. O clima é de euforia com a possibilidade de se construir o script perfeito para garantir a prisão de Lula. Ficou faltando pouco. Na verdade, ficou faltando tudo para se provar a culpabilidade de Lula. Quem sabe, dizendo isso? Ou, talvez, dizendo aquilo? Vontade não faltou. Só faltou o que provar. Bem ao contrário do que pretendiam, as fitas só fazem favorecer Lula.
