09/01/2021 às 07h19min - Atualizada em 09/01/2021 às 07h19min

​GOOGLE NO COMANDO

SUSPENDEU APLICATIVO PARLER POR INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA


A Parler é uma rede social que passou a ser utilizada por muitos apoiadores de Trump após serem banidos de plataformas como o Twitter. Por exemplo, os planos para os protestos em Washington que terminaram na invasão do Congresso americano esta semana foram amplamente difundidos através da Parler. As ações das duas empresas do Vale do Silício significam que a Parler pode ficar indisponível para novos downloads nas principais lojas de aplicativos para celulares do mundo por um dia. Ela ainda estaria disponível em navegadores móveis.
 
O presidente-executivo da Parler, John Matze, disse em posts nessa sexta-feira, 8, que a Apple estava aplicando padrões à Parler que não aplicava a si mesma e que as empresas estavam atacando as liberdades civis. Ele acrescentou em uma mensagem de texto à Reuters: “Coordenar motins, violência e rebeliões não tem lugar nas redes sociais”.
 
Usuários de mídia social de direita nos Estados Unidos se aglomeraram na Parler, no aplicativo de mensagens Telegram e no site social Gab (rede social que se apresenta como defensora da liberdade de expressão, da liberdade individual e do livre fluxo de informações online), porque não aceitaram o controle mais agressivo de comentários políticos em plataformas convencionais como Twitter e Facebook. Ao suspender o serviço, o Google, cujo software alimenta telefones Android, citou sua política contra aplicativos que promovem a violência e deu exemplos recentes da Parler, incluindo uma postagem dessa sexta-feira, 8, que começava assim: “Como retomamos nosso país? Com cerca de 20 ataques coordenados” e outra promovendo uma “Marcha de Milícias” em Washington.

Em comunicado, o Google disse que “para distribuirmos um aplicativo por meio do Google Play, exigimos que os aplicativos implementem forte moderação com relação a ‘conteúdo chocante’. À luz dessa ameaça contínua e urgente à segurança pública, estamos suspendendo o app* da Play Store até que ele resolva esses problemas”.
 
Em uma carta da equipe de revisão da App Store da Apple para a Parler, a Apple citou participantes da multidão que atacou o prédio do Capitólio dos Estados Unidos na quarta-feira. “Conteúdo que ameace o bem-estar de outras pessoas ou tenha a intenção de incitar a violência ou outros atos ilegais nunca foi aceitável na App Store”, disse a Apple na mensagem. A Apple deu à Parler 24 horas para “remover todo o conteúdo questionável de seu aplicativo... bem como qualquer conteúdo referente a danos a pessoas ou ataques a instalações governamentais feitos agora ou em qualquer data futura”. A empresa também exigiu que a Parler apresentasse um plano por escrito “para moderar e filtrar esse conteúdo” do aplicativo. A Apple não quis acrscentar comentários.
 
Matze, que se descreve como libertário, fundou a  Parler em 2018 como uma alternativa “movida pela liberdade de expressão” às plataformas convencionais, mas começou a cortejar usuários de direita, quando partidários proeminentes de Trump se mudaram para lá. Entre os participantes estão a comentarista Candace Owens, o advogado de Trump, Rudy Giuliani, e a ativista de direita Laura Loomer, que se algemou à porta do escritório do Twitter em Nova York em 2018 para protestar contra a proibição de seu site.
Em novembro, a ativista conservadora Rebekah Mercer confirmou que ela e sua família, que inclui seu pai e o investidor de fundos de hedge Robert Mercer, forneceram fundos para a Parler. Matze disse sobre a Apple: “Aparentemente, eles acreditam que a Parler é responsável por TODO o conteúdo gerado pelo usuário na Parler. Pela mesma lógica, a Apple deve ser responsável por TODAS as ações realizadas por seus telefones. Cada carro-bomba, cada conversa ilegal no celular, cada crime ilegal cometido em um iPhone, a Apple também deve ser responsável.”
 
Esses protestos parecem corretos, mas não devem ser apoiados. Tudo que estimula o terrorismo precisa ser banido.
 
 
Leia também em The Guardian.
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