08/01/2021 às 17h12min - Atualizada em 08/01/2021 às 17h12min

​DIPLOMATAS REAGEM A MINISTRO DO EXTERIOR

SÃO CONTRA A INVASÃO DO CONGRESSO AMERICANO

 
O ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, por incrível que pareça, defendeu a invasão do Congresso americano realizado por partidários tresloucados de trumpistas.
Naturalmente, a Associação de Diplomatas Brasileiros respondeu a essa declaração que insinuava fraude na eleição presidencial dos Estados Unidos, opondo-se inteiramente à visão do ministro de Bolsonaro.
 
Em uma sequência de tweets feitos nessa quinta-feira, dia 7, o chanceler brasileiro minimizou a invasão do Capitólio dos EUA por extremistas estimulados por Trump e disse que “o direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado”. O que é uma contradição. Os invasores, de fato, romperam com o direito sagrado do bom funcionamento das instituições. Forçaram a barra, depredaram e criaram um clima que levou a mortes, falou-se até em 4 pessoas.
 
Menos de 24 horas depois das postagens, nesta sexta, 8, a Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB) respondeu aos comentários do chefe da pasta, sem citar seu nome, distanciando-se do posicionamento do aliado de Trump.
"A respeito dos acontecimentos que ocorreram esta semana em Washington-DC, nos EUA, a ADB Sindical registra o entendimento de que manifestações populares são uma dimensão indissociável dos direitos e garantias fundamentais salvaguardados em qualquer regime democrático", disse a ADB.
"Nas democracias, divergências e insatisfações, sobretudo de natureza política, são inerentes à vida em sociedade e devem ser encaminhadas pacificamente pelas vias institucionais democraticamente criadas para esse fim", afirmam. "O recurso à violência deve ser liminarmente repudiado, quaisquer que sejam seus autores", completam.
 
Como último aliado de Trump, Bolsonaro não condenou o ataque às instituições dos Estados Unidos, como fizeram os líderes mundiais em sua grande maioria. Ao contrário, procurou  fortalecer a tese de fraude na eleição e insinuou que a mesma coisa pode se repetir em 2022 no Brasil. Em vídeo divulgado por um canal bolsonarista nessa quinta-feira, 7, Bolsonaro voltou a espalhar fake news de que a eleição presidencial dos Estados Unidos teria sido fraudada e afirmou que a invasão do Congresso em Washington aconteceu devido a uma “falta de confiança no voto”. Segundo ele, a situação poderá acontecer também no Brasil “se tivermos o voto eletrônico” em 2022. “Vai ser a mesma coisa”, disse.
De fato, essa “tese” é uma artimanha que Bolsonaro está desenvolvendo para “justificar” a sua provável derrota e tentar, com isso, melar as eleições. Quer trocar o voto eletrônico brasileiro, extremamente seguro, pelo velho, impreciso e facilmente fraudável voto por papel.
 
Os diplomatas certamente não se deixarão enganar por essa jogada nada diplomática.
 

 
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