13/12/2020 às 06h34min - Atualizada em 13/12/2020 às 06h34min

​TEMER QUER SER VICE DE BOLSONARO

ABRE O OLHO, MOURÃO...


Temer sempre pareceu figura decorativa, apesar de ter ocupado posições de ponta. Dizem que ele agora tem sido sondado para assumir ministério, estaria sendo procurado por políticos da base e da oposição para ajudar a destravar disputas partidárias.
 
Aos 80 anos, famoso entre outras coisas pela frase “tem que manter isso, viu?”, o ex-presidente Michel Temer voltou às rodas do poder. Cansado da imagem de “vice decorativo” que lhe era imposta nos tempos de Dilma, Temer agora parece que quer dar volta (por cima, por baixo, não importa). Recentemente, ele se reuniu com o governador de São Paulo, João Dória, manteve conversas com candidatos à presidência da Câmara e do Senado e foi procurado pelo presidente Jair Bolsonaro – com quem deve ter um encontro nos próximos dias.

Temer estaria sendo tratado a pão de ló por Bolsonaro, que pretende usá-lo como personagem central para emplacar uma estratégia que amplie o seu leque de apoio político, abrindo caminho para a reeleição, em 2022. Temer teria até sido sondado para ocupar um ministério no governo.
A proposta, recebida de maneira oficiosa, teria sido transmitida por Flávio Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência e braço direito de Bolsonaro. Temer poderia ajudar em uma solução para levar o MDB, partido tido como independente, para a órbita da aliança com Bolsonaro.
Ele ajudaria também na construção de pontes com o novo presidente norte-americano, Joe Biden (com quem se reuniu algumas vezes enquanto era vice-presidente da República), e ajudaria a apaziguar os ânimos com a China. A boa relação diplomática do emedebista é estendida ao presidente chinês Xi Jinping, de quem seria próximo, quando tomou o lugar de Dilma.
 
Outra hipótese seria entregar-lhe uma embaixada em Portugal ou nos Estados Unidos. Dizem que estaria mais focado em resolver suas pendências na Justiça e que ele não recebeu a sondagem como um convite real. Por “outro lado”, há quem diga que ele se sentiria “estimulado” a ajudar o país neste momento de crise.
 
A preferência por Temer estaria no seu conhecimento da política e de seus “meandros”. Foi graças à sua boa relação com os principais partidos que ele teria garantido a Presidência da República, conquistando o apoio em massa de legendas (que antes sustentavam Dilma Rousseff), a aprovação de pautas de difícil consenso (como a reforma trabalhista e o teto de gastos) e, claro, a sua sobrevivência no cargo, ao escapar das denúncias por corrupção. Com esse perfil, ele estaria ganhando Bolsonaro, aconselhando que abandone o radicalismo e faça uma composição com diversos partidos, o que ele chama de criar um “centro expandido”. Um “centrão expandidão”!

Tem um probleminha. O atual partido de Temer tem Baleia Rossi entre os candidatos à Presidência da Câmara em 2021, enquanto o Planalto trabalha por Arthur Lira, do PP. Temer, naturalmente, conversa com todos os atuais candidatos à Câmara e ao Senado, como o líder do Congresso, Eduardo Gomes. Pessoas próximas ao ex-presidente afirmam que ele é partidário até o fim - ou seja, sempre vai defender o MDB -, mas que também poderia tentar um caminho alternativo...
 “Faça um acordo, vamos unir o país, você pode ajudar na agenda de reformas”, afirma um aliado. Nos bastidores, o MDB do Senado tenta demover Baleia Rossi de disputar a Câmara. Se isso tudo fosse gravado, poderia subir aos palcos como uma grande comédia. Será que Mourão vai ter que bater continência pra ele? Se depender do jornalista Brian Mier, editor do Brasilwire e comentarista da TV 247, a coisa é ainda pior. Ele lembra que o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, articulou o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff...
 
Pobre Brasil, vai acabar justificando inteiramente o título daquele livro, “País dos coitadinhos”...
 
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