É inacreditável como são feitos certos arranjos políticos. Tudo começa com uma briga de foice e acaba com todo mundo junto para bater o martelo.
Foi exatamente esse o plano do deputado Arthur Lira, do PP de Alagoas, para ganhar a batalha pela presidência da Câmara dos Deputados. Tratou de reunir os partidos que se agrupam no chamado centrão, na esquerda, os bolsonaristas do PSL e o PSB. Em outras palavras, agrupou a Câmara inteira. Há quem diga que é o país inteiro.
Pior não é isso. Enquanto essa frente amplésima em torno de Lira era formada antes de um piscar de olhos, o bloco ligado a Rodrigo Maia, que é o atual presidente da Câmara, ainda não conseguiu definir uma candidatura. $erá que existe algo mais além de paixão política? O poder move montanhas!
Mas o presidente do PSB, Carlos Siqueira, diz que o seu partido continua na oposição a Bolsonaro... mesmo apoiando o candidato presidencial ao comando da Câmara. Ele afirma que se trata de uma escolha independente da bancada sobre a qual ele não interferiu (é ler para crer!). E ainda justifica o alinhamento ‘independente’: "Não existe um candidato hoje que não seja da base de apoio ao governo. E o PSB não arredará o pé da oposição", afirmou o presidente do PSB, deixando os ouvintes inteiramente míopes...