21/11/2020 às 10h39min - Atualizada em 21/11/2020 às 10h39min

​A ARTE E A MORTE

“VIDAS PRETAS IMPORTAM”


Na falada da noite, um grupo de artistas pintou a frase 'Vidas Pretas Importam', bem em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, em São Paulo. A vida preta, neste caso, refere-se a João Alberto Silveira Freitas, o homem negro de 40 anos que morreu anteontem, dia 19, após ser agredido por dois seguranças no supermercado Carrefour, em Porto Alegre.
Um dos artistas, Pagu, lembrou que a pintura contou com apoio da secretaria municipal de Cultural, da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e até da polícia.
"Nós iniciamos esse processo ontem à tarde, motivados pela morte do João Alberto, mas não só dele, como de todos os negros que morrem no Brasil", explicou ele, em entrevista à CNN. "Essa mensagem, contou com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, da CET e também da polícia, que nos permitiu fazer essa obra toda a noite, nos ajudou, circulando e fechando todo o trânsito. Mas, fora isso, essa é uma obra inteiramente independente, cooperada por vários artistas de São Paulo, que acreditam que o espaço público é um espaço de manifestação e é importante como sociedade nos organizarmos em ações como essa, uma vez que a sociedade é quem mais sofre com todas as disparidades que existem no Brasil", acrescentou ele.
 
Protestos pelas avenidas do país.
A morte de João Alberto provocou revolta de norte a sul, de leste a oeste, gerou protestos em algumas capitais do país.
 
Na zona norte de Porto Alegre, cerca de 2.500 mil pessoas se reuniram em um protesto no fim da tarde de ontem. Os manifestantes concentraram-se em frente ao principal acesso ao Carrefour, na avenida Plínio Brasil Milano.
 
Em São Paulo, manifestantes invadiram a loja do Carrefour, localizada dentro de um shopping na região da avenida Paulista. Sob ordens de "não saquear", os manifestantes quebraram o portão de ferro e a fachada de vidro do supermercado, jogaram pedras e depredaram.
 
Em Belo Horizonte, Minas, houve protestos em duas unidades do supermercado, um dentro de um shopping center e outro em uma unidade do centro. Entre os manifestantes estava o cantor Djonga, que postou um stories do ato em seu Instagram
 
No Rio de Janeiro, o protesto ocorreu em uma unidade na Barra da Tijuca, onde os manifestantes gritavam "assassinos" e "vidas negras importam".
 
Curitiba também registrou atos no fim da tarde de ontem.
 
É bom de ver um país se unindo e se mobilizando contra as desigualdades, reafirmando que vidas pretas importam. Pena que João Alberto Silveira Freitas não viveu para testemunhar...
 
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