16/05/2019 às 13h18min - Atualizada em 16/05/2019 às 13h18min

O BRASIL GANHOU O DIA E BOLSONARO SE PERDEU EM DALLAS E EM RIO DAS PEDRAS

Hayle Gadelha

Faz 25 anos que a Assembleia Geral da ONU instituiu que o dia 15 de maio seria o Dia da Família, com o objetivo de sensibilizar a população sobre os diferentes tipos de família que existem, todas completamente legítimas. Mas este 15 de maio de 2019 foi acima de tudo o dia da Família Brasil. O dia em que os estudantes, os professores, as donas de casa, o trabalhador, o pequeno comerciante, os grandes políticos, o dia em que o povo brasileiro, de norte a sul, de leste a oeste, largou tudo que fazia para protestar, dizer um sonoro “não!” a essa estranha figura política que ocupa o planalto central do país. Foi o primeiro grande grito, da Família Brasil contra Bolsonaro, mas teve força suficiente para alcançar corações e mentes de quem já estava sufocado pelo mar de asneiras combinado com o oceano de espertezas que afogam o país.

Mas foi também o Dia da Vergonha Nacional pelo que ocorreu em Dallas, Texas, para onde Bolsonaro se dirigiu tentando arrecadar prestígio em um encontro com o ex-presidente Bush. Depois de ter sido chutado de Nova York, achou que poderia se dar bem em Dallas. Chegou a dizer: "Se eu não posso ser bem recebido em Nova York, seremos no Texas. Está tudo acertado pelo ex-presidente Bush, pelo (senador) Ted Cruz, entre outras autoridades".

Isso foi desmentido pela assessoria de Bush, que disse à BBC News Brasil que o ex-presidente americano "não se envolveu na organização da viagem e não estendeu o convite para que ele (Bolsonaro) viesse a Dallas". Teria apenas “concordado em se encontrar com o presidente Bolsonaro após saber de sua visita à cidade - uma cortesia que ele regularmente oferece a dignatários estrangeiros que estejam na região”. Bush – tido como admirador de Lula – dedicou exatamente 10 minutos a ouvir o que Bolsonaro tinha a dizer. Seja lá o que tenha dito, serviu apenas para envergonhar ainda mais o país.

Mas o dia 15 de maio ainda não se dava por satisfeito. Tinha mais. Os repórteres Catia Seabra e Italo Nogueira, da Folha, revelaram que "a quebra dos sigilos bancário e fiscal na investigação sobre as movimentações financeiras do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, atinge ao menos cinco ex-assessores de Jair Bolsonaro".

A reportagem esclarece que esses assessores trabalharam no gabinete de Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados, e no de Flávio, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), de janeiro de 2007 a dezembro de 2018.

A quebra dos sigilos foi pedida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e é ampla. Alcança um total de 86 pessoas e 9 empresas. Sua finalidade original era investigar a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor do Filho senador. A reportagem lembra que integrantes de órgãos de controle chamaram de "avassaladora" a devassa de mais de dez anos nas contas do filho do presidente e de pessoas ligadas a ele. O cenário se agrava com a investigação de pessoas que também trabalharam para Jair Bolsonaro.

É isso mesmo, Bolsonaro. É importante perceber que o que é ruim para os Bolsonaros é bom para o Brasil.

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