22/09/2020 às 14h09min - Atualizada em 22/09/2020 às 14h09min

TRUMP ESTÁ DESESPERADO

USOU A CHINA PARA MELHORAR O SEU IBOPE


Desespero total. Foi isso que Trump demonstrou em seu discurso na ONU, inteiramente voltado para o dia 3 de novembro (faltam 42 dias...), quando devem ser realizadas as eleições presidenciais americanas. Claro que ele tem tudo que é pesquisa nas mãos e está vendo claramente a reeleição escorrendo entres os dedos. Como aconteceu contra Hillary Clinton, ele deverá perder no voto popular. Mas, desta vez, ele corre sério risco de não conseguir vencer na eleição indireta, que é onde está a votação definitiva. Ele tem que ampliar muito a sua votação popular para garantir um colégio eleitoral bem mais favorável. O seu discurso na ONU retratou o seu desespero.
 
Trump escolheu a China como seu adversário principal. Já vinha fazendo isso há algum tempo, mas desta vez foi mais incisivo, com imensa audiência mundial e, principalmente, com audiência do eleitor americano. Disse barbaridades.
Acusou a China de espalhar o coronavírus! Aliás, ele costuma tratar o coronavírus (Covid-19) como “vírus chinês”, e disse: "Nos primeiros dias do vírus, a China fechou-se para viagens domésticas, mas permitiu que as pessoas saíssem da China e infectassem o mundo". Em seguida, ele pediu para que a ONU responsabilize os chineses!!! Aliás, sempre que pode, acusa a Organização Mundial da Saúde (que é parte da ONU) de ser aliada da China... E fez questão de comparar os dois países: "Os que atacam o bom histórico ambiental dos EUA e ignoram a poluição na China, não estão interessados no ambiente. Eles só querem punir os EUA. E eu não vou tolerar isso".
 
Ainda disse que confrontou a China depois de "décadas de abuso" no comércio internacional.
Trump falou quais deveriam ser, na avaliação dele, as prioridades da ONU: "Se a ONU quiser ser uma organização eficiente, precisa focar nos problemas reais do mundo. Isso inclui terrorismo, a opressão de mulheres, trabalho forçado, tráfico de drogas e de pessoas, perseguição religiosa e limpeza étnica de minorias".
 
Os Estados Unidos já chegaram a 200 mil mortos pela Covid-19, mas o número não foi citado por Trump. Ele pode perder milhões de votos, quando perceberem que os casos de morte poderiam ser bem menores, se tivesse agido de forma correta no início da pandemia.
 
"Nos EUA, nós lançamos a mais agressiva mobilização desde a Segunda Guerra. Rapidamente produzimos um número recorde de ventiladores - criamos um excesso que nos permitiu compartilhar com os amigos e parceiros. Nós fomos os pioneiros em tratamentos para salvar vidas, reduzindo a taxa de fatalidade em 85% desde abril. Graças aos nossos esforços, as vacinas estão no estágio final dos ensaios clínicos." Como assim? Foram um desastre desde o começo e só agora demonstram alguma possibilidade de recuperação.
Trump ainda procurou se promover dizendo que seu governo agiu para garantir liberdades religiosas, oportunidades para mulheres, a descriminalização da homossexualidade e para proteger crianças. Qual o governo americano não faria isso?
 
Ele se vangloriou por ter intermediado alguma paz entre Israel, os Emirados Árabes e o Bahrein. E prometeu apresentar mais acordos de paz em breve." Ainda sobre o Oriente Médio, ele listou as mortes de Al-Baghdadi - do Estado Islâmico - e de Qassem Soleimani, do Irã, no começo de 2020.
Mas Trump talvez tenha “esquecido” que, durante sua gestão, já fez ataques a órgãos multilaterais. E, após a pandemia de coronavírus, ele tirou o apoio financeiro da Organização Mundial da Saúde (OMS), um braço da ONU. Na época, ele argumentou que a China controlava a OMS. Mas a verdade é que o desespero eleitoral está deixando Trump incontrolável.
 
Leia mais em G1.

 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »