Bolsonaro usou o seu discurso pela comemoração de 7 de Setembro para alfinetar a Globo. E de forma bem inteligente, aliás: plagiou o discurso de Roberto Marinho ao falar do golpe de 1964. Disse Bolsonaro que o golpe militar de 1964 foi uma resposta contra a “radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”. Exatamente as palavras utilizadas por Roberto Marinho em um editorial (“Julgamento da Revolução”), com data de 7 de outubro de 1984, para justificar o apoio do grupo Globo ao regime militar: “Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais, de preservação das instituições democráticas ameaçados pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”.
No 7 de Setembro deste ano, Bolsonaro disparou em seu discurso: “Nos anos 60, quando a sombra do comunismo nos ameaçou, milhões de brasileiros, identificados com os anseios nacionais, de preservação das instituições democráticas, foram às ruas contra um país tomado pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”.
Em 31 de agosto de 2013, o Globo admitiu que “o apoio ao golpe de 64 foi um erro”, coisa que Bolsonaro jamais poderá fazer igual, porque ele significa a própria radicalização ideológica, uma ameaça para o presente e para o futuro do país.
