A batalha de 22 é decisiva para tirar de vez o país das mãos da extrema direita fascista. Marcará não apenas o retorno vitorioso de Lula, mas, acima de tudo, a derrota definitiva de Bolsonaro e seus comandos. Não será nada simples. Bolsonaro já se prepara com um caminhão de dinheiro. Melhor dizendo, caminhões de dinheiro. Ele quer reservar R$ 495,5 milhões no Orçamento do próximo ano para a comunicação institucional. Sabe o que isso representa? “Apenas” quatro vezes as despesas previstas inicialmente para 2020 (que eram de R$ 124,5 milhões).
O jornalista Thiago Resende lembra que isso começou a ser feito com a recriação do Ministério das Comunicações para agradar uma ala do Congresso. O dinheiro para ações publicitárias do governo passou para as mãos de Fábio Faria, deputado do PSD que deixou a Câmara para assumir o cargo em junho. Ele é ligado a partidos do centrão (grupo que se aproximou de Bolsonaro após a liberação de emendas e cargos) e é genro do empresário Silvio Santos, dono do SBT. Além disso, Fabio Wajngarten foi deslocado da Secom (Secretaria Especial de Comunicação) para a secretaria-executiva do novo ministério, com a tarefa de continuar cuidando da comunicação oficial da gestão Bolsonaro.
Reportagens publicadas pela Folha também mostraram mudança de padrão na destinação do dinheiro para as emissoras, inclusive revelando que Wajngarten é sócio, com 95% das cotas, da FW Comunicação, empresa que recebe dinheiro de TVs e de agências contratadas pela antiga Secom. Ele, claro, nega que haja favorecimento a clientes de sua empresa ou conflito de interesses em sua atuação, em caso que é investigado pela Polícia Federal e pelo TCU em um processo específico.
Afastando ou não afastando Wajngarten, jogando ou não jogando rios de dinheiro na comunicação de seu governo, Bolsonaro sabe que em 2022 terá que enfrentar ninguém menos que Lula. Seria, digamos, o fantasma de 1964 tentando perpetuar-se contra o futuro. Nessa história, com certeza, é o fantasma que está assustado...
