30/08/2020 às 08h23min - Atualizada em 30/08/2020 às 08h23min

JAIR BOLSOLULA?

NA FALTA DO QUE FAZER, BOLSONARO INAUGURA OBRAS DE LULA E DILMA


Bolsonaro já está em plena campanha eleitoral. Começa fazer ainda neste semestre a entrega de 33 obras, o que vai ajudar muito seus candidatos nas eleições municipais deste ano. E a eleição desses aliados, prefeitos e vereadores, será muito importante para sua própria candidatura em 2022.
Tudo bem que ele garanta as inaugurações. Desde que ele deixe bem claro o mérito de Lula e Dilma - ambos do PT - por terem iniciado essas obras.

Das 33 obras que promete inaugurar, 25 foram planejadas pelos petistas, 2 começaram a ser executadas no governo Michel Temer (MDB) e 6 saíram do papel no atual governo, sendo que algumas já eram discutidas nas gestões passadas.
Entre as 18 obras rodoviárias, por exemplo, que representam mais da metade do pacote de entregas, apenas uma foi inteiramente conduzida pelo atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas — trata-se da ponte sobre o rio Paranaíba, na BR-235/PI, entre as cidades de Santa Filomena, no Piauí, e Alto Parnaíba, no Maranhão. As outras fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado pelo governo do PT em 2007. Entre elas, a duplicação da BR-116 (tanto na Bahia quanto no Rio Grande do Sul), a duplicação de diversos trechos da BR-101 (Alagoas, Sergipe e Espírito Santo), a construção da BR-230, no Pará (conhecida como rodovia Transamazônica), e até mesmo a construção da ponte do Abunã, que ligará Rondônia ao Acre sobre o rio Madeira.

Bolsonaro tem tratado essas obras como feitos de seu governo. E, apesar da pandemia do novo coronavírus, está rodando o país em inaugurações agendadas pelos ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional. Tem um cronograma encomendado pelo Palácio do Planalto para turbinar a imagem do presidente e aproveitar a onda de popularidade impulsionada pelo pagamento dos R$ 600 do auxílio emergencial. Graças a essas apropriações de obras do PT, Bolsonaro já atingiu, segundo o Datafolha, o seu maior patamar de aprovação, com 37% de ótimo/bom.

O levantamento feito pela Folha trata apenas de obras da pasta do ministro Tarcísio de Freitas, que é frequentemente elogiado por Bolsonaro - como na última quinta (27), quando disse que queria os R$ 50 bilhões gastos no pagamento do auxílio “nas mãos de Tarcísio”.
É bom que se diga que, em 2019, o ministro defendeu a iniciativa de entregar obras que começaram em outros governos.
“Sempre se questiona ou se critica a falta de continuidade dos governos. E aqui hoje disseram: ‘Ah, você terminou obra que era de outro presidente, outro governo’. Que bom! Que bom que nós estamos encarando a infraestrutura desta forma. Eu tenho orgulho disso. Terminamos obras de outros governos, sim. O Brasil não pode ser reinventado a cada quatro anos”, disse.

Certo, o Brasil não precisa ser reinventado a cada 4 anos. Basta voltar às mãos de quem tem capacidade para “inventar” um país sempre progressista e antifascista...

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