28/08/2020 às 11h35min - Atualizada em 28/08/2020 às 11h35min

​ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CORRUPÇÃO OU JUSTIFICATIVA PARA INTERVENÇÃO?


O estado do Rio de Janeiro é um estado referência para o país. Em primeiro lugar, pela história de sua cidade maravilhosa, a cidade-imagem do Brasil onde quer que você vá, seja nos Estados Unidos (principalmente em Nova York, onde moram milhares de brasileiros), na Europa, na China, na Finlândia, no Vietnam, até no fim do mundo. Seja por seu petróleo (algo em torno de 70% da produção do país), seja pela beleza da capital, o Rio de Janeiro. O que acontece no Rio, repercute no mundo inteiro. Carnaval, praia, simpatia... e, agora, corrupção! Será que é isso mesmo? Ou é pura política?

Obviamente, a disputa política deve estar conduzindo o escândalo, haja ou não haja fatos comprovadores. Tenha ou não tenha interferência federal nos acontecimentos do dia, é óbvio que o governo Bolsonaro precisa garantir o estado do Rio de Janeiro nos seus planos eleitorais dos próximos anos. E precisa garantir a marca de “anti-corrupção” como sendo exclusividade sua, coisa cada vez mais difícil de transformar em realidade. Possivelmente, poderia tentar com sucesso em qualquer estado brasileiro. Mas nenhum outro traria os dividendos eleitorais que o Rio traz. Com uma intervenção como essa feita pela Justiça, Bolsonaro pode acabar ganhando fama internacional como caçador de corrupto. Sabemos que não é verdade – mas nunca é a verdade que está em jogo. Infelizmente, não é o combate a desmandos que está interessando. O que Bolsonaro busca é uma marca forte para apresentar como sendo sua. Se ele conseguir ter sucesso em 2020 com essa marca, praticamente se garante para a reeleição em 2022.
 
Curiosamente, o governador Witzel continua com o direito de morar no Palácio Laranjeiras, residência oficial dos governadores fluminenses, mesmo após a intervenção. Será que Bolsonaro vai construir um puxadinho pra ele?
 
Sobre a prisão do pastor Everaldo, que batizou Bolsonaro nas águas do Rio Jordão (em Israel, em 2016), uma curiosidade. Anos atrás, ele falou profeticamente que um dia a posse do presidente da República não teria a presença de “um homem de vestido” (referindo-se a um padre). Realmente a posse de Bolsonaro não teve padre. Mas o pastor não foi capaz de prever que, um dia, ele próprio seria preso, acusado de fazer parte do esquema de desvio de recursos públicos destinados à saúde do Estado do Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro é uma surpresa sem fim. Mas talvez já dê para prever qual será o grande sucesso do próximo Carnaval...

 
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