Fachin tem razão. O momento é de pedir perdão a Lula. Ou melhor, já passou da hora de pedir perdão a Lula e a todo o povo brasileiro. Fachin lembra que foi voto vencido no julgamento da ação no STF (Superior Tribunal Federal) que impediu a candidatura de Lula nas eleições presidenciais de 2018. Aproveitou para fazer críticas mais ou menos veladas a Bolsonaro, comparou a situação atual do Brasil com a Itália fascista de Benito Mussolini. Isso tudo em palestra online na abertura do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral na manhã desta segunda-feira (17). Fachin disse que a candidatura de Lula em 2018 “teria feito bem à democracia” – isso depois de uma longa exposição com referências a um “cavalo de Troia” dentro da institucionalidade brasileira e ao regime fascista de Benito Mussolini na Itália nos anos 1920.
“O tempo mostrou que teria feito bem à democracia brasileira se a tese que sustentei no TSE tivesse prosperado na Justiça Eleitoral. Fazer fortalecer no Estado democrático o império da lei igual para todos é imprescindível, especialmente para não tolher direitos políticos”, disse Fachin. “No julgamento no TSE em que esteve em pauta a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fiquei vencido, mas mantenho a convicção de que não há democracia sem ruído, sem direitos políticos de quem quer que seja. Não nos deixemos levar pelos ódios”, complementou.
Fachin comparou a atual situação brasileira com o governo fascista de Benito Mussolini na Itália. “Atentemos para aqueles que consideram os princípios constitucionais um estorvo”, disse ele, se referindo a políticos com mandato que acusam opositores de criminosos, espalham notícias falsas e estimulam a violência.
É bom que Fachin peça perdão a Lula e ao país. É bom que ele e muitos outros ajoelhem-se e peçam perdão por termos herdado Bolsonaro. E será melhor ainda se ele se juntar ao povo para derrotar de vez o fascismo aqui por essas bandas. Trabalhar para combater o efeito negativo do “auxílio emergencial” que ajuda os mais pobres, mas também ilude sobre o que é melhor para o país. Se fizerem tudo isso, ajudando a combater malefícios no efeito-pesquisa, nós, o povo brasileiro, podemos, quem sabe, perdoar.