13/08/2020 às 10h17min - Atualizada em 13/08/2020 às 10h17min

​LA PAZ EM GUERRA

FALTA ALIMENTO, SOBRAM CORONAVÍRUS E CONFLITO SOCIAL


A Prefeitura já fez o alerta. O abastecimento de alimentos em La Paz, capital da Bolívia, pode acabar em até duas semanas. A carne é o ponto mais crítico, porque pode acabar geral em poucos dias, se os conflitos sociais não forem resolvidos. Nesta quarta-feira será feita uma nova análise da data da quarentena rígida, que por enquanto será de 16 a 23 de agosto.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Sergio Siles, procurou explicar: “No caso das carnes é um pouco mais complicado, seja porco, frango, tarpão (peixe pirapema) e truta, o abastecimento está previsto para no máximo uma semana, os frigoríficos declararam que seria dado apoio aos bloqueios – e há bloqueios para a carne que vem do leste, o que agrava a situação”.
Com relação às frutas, verduras e legumes, o abastecimento atual dos centros de abastecimento duraria até duas semanas. “Isso está ligado ao consumo e à demanda, hoje temos visto muito movimento nos centros de abastecimento, mas esse é um tempo máximo se não conseguirmos nos reabastecer, que os produtores não possam voltar para suas populações e até mesmo para as demais cadeias do sistema", disse o secretário Siles. Ele indicou que, embora estejam sendo planejadas pontes aéreas para transportar alimentos, isso geraria um aumento maior de preços. “Há um trabalho que está sendo feito para que sobretudo a carne de frango e bovina tenham abastecimento sustentado no município. No caso das salsichas, lácteos e mel, as projeções foram feitas com base em estoques de no máximo duas semanas de abastecimento”.

Além do problema de abastecimento, a Prefeitura se preocupa com os suprimentos de alimentação exigidos pelos hospitais e pela Central de Isolamento, onde são atendidos pacientes com coronavírus (Covid-19). “Temos consciência de que, além dos números que mostram que temos estoque nos horários indicados, é claro que temos o medo de que esses produtos se esgotem no dia a dia e coloquem em risco o consumo nas residências e empresas, clínivas de idosos, hospitais, clínicas em geral e o centro de isolamento”.
O aumento nos preços das necessidades básicas ficou evidente por cerca de uma semana, com relatos de aumentos de até Bs 20 (20 bolivianos ou 16 reais) para cada quilo de carne bovina e frangos inteiros que chegaram a custar Bs 100 (80 reais).

Além disso, muitas pessoas do município de La Paz recorreram aos mercados, para estocar o suficiente para enfrentar os sete dias de quarentena rígida que se aproximam. O Comitê Departamental de Operações de Emergência (COED) fará nesta quarta-feira uma nova análise da data dessas medidas, que deve começar neste domingo.
“Neste momento a data da quarentena rígida é de 16 a 23 de agosto, porém, hoje (quarta-feira) será feita uma avaliação no COED e as autoridades competentes certamente anunciarão os resultados dessa análise ”.
Siles esclareceu que se espera que na quarentena rígida os centros de abastecimento ainda possam funcionar, em determinados horários, até as 14h00.

Enquanto isso, a revolta se amplia e até o aeroporto de El Alto foi tomado. Os revoltados ainda garantem que estão apenas esperando a chegada dos ponchos vermelhos e mineiros para radicalizar as medidas.


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