12/08/2020 às 09h23min - Atualizada em 12/08/2020 às 09h23min

GUEDES FRACASSOU.

TALVEZ O BRASIL AINDA SE SALVE...


Míriam Leitão, na sua coluna do Globo de hoje, dia 12, fala do desabamento do programa econômico bolsonárico até mesmo antes da debandada da equipe de Paulo Guedes, que, aqui entre nós, fazia tudo para afundar de vez o país.
Ela destaca que, mesmo antes da pandemia, o governo disse que faria privatizações, mas nada fez. Foi proposta uma reforma administrativa e Bolsonaro teria aprovado com algumas mudanças – que foram feitas no papel e em seguida engavetadas. Com relação à reforma dos militares, a tal equipe econômica não pôde nem opinar. Fez continência e bateu em retirada. Ontem, dia 12, saíram Salim Mattar, que privatizaria, e Paulo Uebel, que faria a reforma administrativa.
 
Míriam Leitão não percebeu que o clima pandêmico deve ter ajudado a evitar a queima geral do país. O que foi vendido no ano passado foram apenas participações de bancos e empresas públicas em outras empresas, ou braços das estatais. Bolsonaro espertamente foi tirando do programa empresas que na campanha eleitoral ele disse que poderia vender.
Caixa, Banco do Brasil e Petrobras representam 75% dos ativos das empresas no país e 71% do patrimônio líquido. A Eletrobrás é 4% dos ativos e o BNDES 17%, segundo dados do Boletim das Estatais. Aliás, vale lembrar que o resultado líquido das empresas estatais federais, na comparação do exercício de 2018 com o exercício de 2019, passou de um lucro de R$ 71,3 bilhões para um lucro de R$ 109,1 bilhões (aumento de 53%). O resultado apresentado em 2019 é o maior lucro histórico desde 2008. Entre os grupos analisados, o maior crescimento percentual verificado foi no Grupo BNDES, que saiu de um lucro de R$ 6,7 bilhões em 2018 para um lucro de R$ 17,7 bilhões em 2019 (164%). Os maiores lucros foram os dos grupos Petrobras e Caixa, que juntos representaram 57% do total apurado. Os grupos do Setor Financeiro apresentaram lucro de R$ 56,9 bilhões, enquanto os conglomerados do Setor Produtivo apresentaram lucro de R$ R$ 51,7 bilhões. Os conglomerados BB, BNDES, Caixa, Eletrobras e Petrobras representam mais de 90% dos Ativos Totais e do Patrimônio Líquido das empresas estatais federais (dados contábeis de dez/2019).
 
Na campanha eleitoral, Paulo Guedes dizia que privatizaria R$ 1 trilhão, que venderia imóveis que também chegavam a R$ 1 trilhão. E afirmou que zeraria o déficit no primeiro ano. Tudo dentro do padrão “promessa de campanha”. Aliás, nem precisava disso, porque o que garantiu a vitória de Bolsonaro foram as fakenews do seu marketing digital.
 
Este ano, de eleições municipais, Bolsonaro não é candidato, mas precisa inflar os apoios para uma reeleição em 2022. Para tornar isso efetivo, não precisa vender estatais. É mais importante colocar dinheiro na mão dos mais pobres - o tal do “auxílio emergencial”, que tem garantido Bolsonaro bem posicionado nas pesquisas eleitorais. A pandemia tratou de transformar em intenção de voto as cinco parcelas de 600 merréis (devem ser mais) que Bolsonaro distribuiu (quem tem isso não precisa de Guedes...). Dá pra virar o jogo, claro. Mas a oposição tem que fazer um pandemônio para garantir os votos da vitória.

Leia também Brasil247 e O Globo
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