O Fantástico desse domingo, dia 2, mostrou didaticamente como funciona o gabinete do ódio ligado aos Bolsonaros. O objetivo óbvio foi defender a candidatura global de Moro. Mas nós, que não queremos saber nem de moros nem de naros, temos que aproveitar didaticamente o choque entre eles, trabalhar com precisão para esclarecer o respeitável público.
Foi uma reportagem longa e detalhada sobre a investigação do Facebook que derrubou páginas de assessores próximos à família Bolsonaro que seriam utilizadas para disseminar fakenews e promover ataques contra os adversários. O Fantástico procurou deixar bem evidente a relação próxima entre esses assessores que passavam por “jornalistas” e Bolsonaro, os seus filhos e os deputados bolsonaristas.
Foi há quas um mês, precisamente no dia 8 de julho, que o Facebook derrubou uma rede de distribuição de fakenews e perfis falsos ligada aos gabinetes de Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e dos deputados estaduais bolsonaristas Anderson Moraes (PSL-RJ) e Alana Passos (PSL-RJ). Todos tiveram destaque na matéria do Fantástico.
Os técnicos do Facebook identificaram 35 contas, 14 páginas e 1 grupo, além de 38 contas no Instagram (que pertence ao Facebook). O grupo contava com 350 participantes, enquanto as páginas no Facebook somavam 883 mil seguidores e os perfis do Instagram já somavam 917 mil. Foi nesse sábado, dia 1º, que o Facebook informou que tinha acatado a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de bloquear, em todo o mundo, as contas de perfis bolsonaristas. A medida veio após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, aumentar o valor da multa diária contra o Facebook para R$ 1,2 milhão e cobrar o pagamento de R$ 1,92 milhão por descumprimento da ordem judicial, no âmbito do inquérito das fakenews. O ministro também intimou pessoalmente o presidente da empresa no país a cumprir sua determinação. O Fantástico deu detalhes de como funcionava a operação das páginas de fakenews bolsonaristas, destacando, por exemplo, as notícias falsas criadas sistematicamente contra Fernando Haddad (PT), o adversário direto de Bolsonaro na eleição de 2018. A reportagem também destacou que as informações colhidas pelo Facebook sobre as páginas foram enviadas à Polícia Federal e podem ainda serem anexadas às ações que pedem a cassação de Bolsonaro no Supremo. O país recebeu de mão beijada a chance de ficar livre dos bolsonaros. E isso não é fake...
