O procurador da República Diogo Castor, ex-procurador da Lava Jato, pagou por um outdoor em homenagem à... Lava Jato. Isso quando ele ainda fazia parte da força-tarefa da operação, como apontou uma sindicância da Corregedoria do MPF (Ministério Público Federal), que viu "falta de respeito à dignidade das funções" do órgão. Perfeito. Perfeito? É ou não é perfeito? Acredite, o caso foi arquivado, porque o prazo para punir Castor terminou em abril deste ano, um ano após o caso chegar à corregedoria do MPF! Mais de 365 dias!!!
O outdoor foi instalado em março de 2019, em uma via de acesso ao aeroporto Afonso Pena, em Curitiba (PR). Traz fotos de integrantes da famosa operação curitibana, incluindo o próprio Castor, apadrinhando a frase: "Bem-vindo à República de Curitiba, terra da Lava Jato, a investigação que mudou o país". E ainda tem a audácia de acrescentar “Aqui a lei se cumpre”!!!
Mas a subprocuradora da República Elizeta Maria de Paiva Ramos, corregedora-geral do MPF, não concordou com essa história de que a Lava Jato foi “a investigação que mudou o país” (será que a frase estava se referindo à eleição de Bolsonaro?), e disse que a instalação do outdoor caracterizou "falta de respeito à dignidade das funções do MPF e infringência ao princípio da impessoalidade" do membro do Ministério Público.
Castor teria pagado a produção e a instalação da peça propagatória, por meio de um "contato pessoal", pouco antes de deixar a Lava Jato (por alegados problemas de saúde), em abril de 2019, comemorando os cinco anos da operação. Em depoimento prestado em maio deste ano, ele disse que sua pretensão era "elogiar e levantar o moral do grupo de procuradores".
Aparentemente, Diogo Castor agora quer manter distância do famigerado outdoor. Não quis falar qualquer coisa sobre o caso. Disse ele que questões relacionadas ao resultado da sindicância devem ser feitas à Corregedoria do MPF. Talvez o procurador Diogo Castor esteja apenas procurando escapar de qualquer responsabilidade...
