26/07/2020 às 11h57min - Atualizada em 26/07/2020 às 11h57min

​ELEIÇÕES AMERICANAS

O CORONAVÍRUS É DEMOCRATA?


Faltam cerca de 100 dias para as eleições nos Estados Unidos, um problemaço para muitos candidatos, que, graças à pandemia, ficaram limitados nas campanhas.
O Partido Republicano é o que se sente mais prejudicado, temendo que os candidatos menos conhecidos do Partido Democrata acabem sendo favorecidos.
 
O desespero é tão grande que a senadora Susan Collins (Republicana do Maine), foi vista no Congresso, em Washington, no último dia 22 de julho, desafiando o rival Democrata nas próximas eleições do dia 3 de novembro para 16 debates. Viu bem? 16 debates!
Em Iowa, a senadora Joni Ernst (R) desafiou o rival Democrata para 6 debates, a partir de agosto.
Na Carolina do Norte, o senador Thom Tillis (R) pressionou seu oponente Democrata a aceitar 5 debates.
 
Os Republicanos reconhecem que isso acaba com o velho debate sobre debates, em que um titular raramente quer dar ao desafiante as mesmas oportunidades. Os senadores em exercício estão pedindo aos seus rivais menos conhecidos que debatam (seja presencialmente, seja através do Zoom), tentando elevar o perfil dos candidatos.
 
Mas eles veem isso como uma necessidade da campanha atual, em que os Republicanos estão enfrentando os ventos negativos dos números em queda nas pesquisas de Trump, graças à sua reação vacilante à pandemia do coronavírus. Eles sabem que a pandemia limita as atividades que seriam normais para uma grande disputa pelo Senado, como as feiras estaduais, as caminhadas na praia ou os grandes cultos nas igrejas. Os senadores tradicionalmente se saem melhor nesses confrontos com os candidatos novatos. Mas agora, sem esses itens básicos, há menos chances de os candidatos novatos cometerem erros.
 
Os Republicanos temem que os candidatos Democratas estejam recebendo tão poucas cobranças pelo despreparo de iniciante que poderiam se empolgar e com isso obter a maioria do Senado, principalmente levantando enormes quantias que financiem as campanhas de mídia inteligente na TV e nas mídias sociais.
 
“Quanto mais os eleitores veem seus candidatos, pior são eles. Essa é uma safra muito fraca de novatos”, disse Jesse Hunt, porta-voz do Comitê Nacional Senatorial Republicano.
 
Por seu lado, os Democratas afirmam que seus candidatos estão fazendo o que qualquer um poderia esperar com o coronavírus ainda enfurecido em muitos estados, sugerindo que o candidato Republicano no Alabama, Tommy Tuberville, é o candidato mais fechado do país. Tuberville recusou-se a debater com o ex-procurador-geral Jeff Sessions nas primárias e ainda não concordou em debater com o senador Doug Jones (D) na campanha eleitoral geral em um estado que Trump venceu por quase 30 pontos de diferença.
 
Os Democratas dizem que seus candidatos estão focados na questão certa no momento certo - protegendo e melhorando os cuidados de saúde durante uma pandemia -, enquanto os titulares Republicanos adotam as táticas tradicionalmente empregadas por  candidatos perdedores.
 
"Os Democratas continuam a se reunir e a ouvir os eleitores de seus estados e não precisam de um debate fabricado contra senadores desesperados para fazê-lo", disse Lauren Passalacqua, porta-voz do Comitê da Campanha Democrática Senatorial.
 
Momento difícil para os Republicanos. Talvez a única saída para eles seja colocar Trump por quarentena de tempo indeterminado, bem longe da vida pública...
 
Leia mais no Washington Post

 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »