25/07/2020 às 06h17min - Atualizada em 25/07/2020 às 06h17min

É A PANDEMIA, ESTÚPIDO

POR QUE BOLSONARO AVANÇA NAS PESQUISAS?


Duas postagens, fortemente interligadas, chamam muita atenção, hoje. A primeira, publicada ontem, dia 24, mostra resultado de pesquisa – realizada pela Paraná Pesquisas – sobre intenções de voto para presidente da República nas eleições de 2022. A outra é o texto de Ricardo Cappelli (secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e ex-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), publicado no Brasil247 de hoje, dia 25, mostrando os motivos da ascensão de alguém como esse presidente que temos, que até recentemente estava em queda vertiginosa.  
 
Na pesquisa, o óbvio - Bolsonaro é o candidato mais forte para as eleições de 2022. E não é surpresa que Lula tenha alcançado um excelente segundo lugar, mesmo já tendo declarado que não será candidato.
 
Vamos começar pela análise feita por Cappelli, depois a pesquisa.
 
O que explica a subida de Bolsonaro?
 
Apesar deste cenário sombrio, as pesquisas divulgadas nesta semana indicam nova subida na popularidade de Bolsonaro. O presidente voltou ao patamar de 30% de ótimo e bom, com 24% de avaliação regular. Se mantém equilibrado, forte e muito competitivo.
O que explica este fenômeno?
O auxílio emergencial pode injetar até 300 bilhões nas mãos dos mais pobres. Quem precisa do estado para sobreviver é governista não por opção, mas por “precisão”. O capitão cresceu no povo. Só o tempo dirá se é gratidão temporária ou amor duradouro.
A pequena queda na avaliação dos governadores pode indicar também que o custo da crise começa a ser dividido. Bolsonaro obteve sucesso na estratégia de estimular a falsa contradição entre a proteção da vida e a economia.
O longo período de medidas restritivas esgotou este caminho. Sem financiamento público - bloqueado pelo fanatismo liberal de Guedes -, a economia gritou. Como as mortes não param de subir, o veneno da dúvida sobre a eficiência da medida foi plantado em parte da população.
As pesquisas também indicam que o caso Queiroz não colou no presidente, que mantém viva a disputa pela bandeira do combate à corrupção com Moro.
O governo se reorganizou. Bolsonaro está falando de obras e realizações. Abafou os olavistas e vive uma trégua com os poderes. A oposição luta, consegue importantes vitórias pontuais, mas carece de orientação estratégica.
 
Além disso, alguns eixos de sustentação do capitão continuam “imaculados”.
O agronegócio representou 43% das exportações brasileiras em 2019. A produção continua subindo em 2020. A cadeia produtiva do setor - que inclui máquinas, fertilizantes, defensivos agrícolas e pesquisa de ponta - emprega milhões de pessoas. Para parte da oposição são latifundiários, desmatadores e envenenadores de alimentos.
Segundo o IBGE, os evangélicos serão maioria no país a partir de 2032. O Brasil é um país conservador em questões comportamentais. Não gostou? Se mudar para a Suécia multiculturalista pode ser uma opção. O presidente abraça Deus e a família tradicional.
Temos 750 mil pessoas na estrutura militar, entre ativos, inativos e pensionistas. Além de 600 mil policiais militares, civis e bombeiros. Quase 1,4 milhão de pessoas afinadas com o capitão.
As alianças construídas pelo presidente estão calcadas em valores. Ordem, segurança, família, Deus, facilitar a vida de quem produz e outros mantras que ele repete. Inclua nesta equação uma dose de pragmatismo com os mais pobres. E uma goleada na comunicação digital.
Imbatível? Claro que não. Mas é bom ficar atento. Desde que a reeleição foi aprovada, todos os presidentes eleitos foram reeleitos. Se a oposição não se reorganizar para entrar em campo, pode dar W.O.
 
Agora, a pesquisa.
 
Levantamento da empresa Paraná Pesquisas indica que o presidente Jair Bolsonaro lidera as intenções de voto na disputa à Presidência da República nas eleições de 2022. O chefe do Executivo está na frente em todos os cenários de 1º turno, com percentuais que variam de 27,5% a 30,7%.
 
A pesquisa, divulgada nessa 6ª feira (24.jul.2020) pela revista Veja, foi realizada de 18 a 21 de julho, por meio de ligações telefônicas, em 188 cidades das 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O nível de confiança é de 95%.
 
O presidente manifesta intenção de disputar a reeleição. Em 10 de maio, disse que só deixa a Presidência em janeiro de 2027. De acordo com pesquisa DataPoder360, realizada de 20 a 22 de julho, a aprovação do trabalho do presidente é de 30% e a rejeição é de 43%.
 
Os dados mostram ainda que Bolsonaro derrotaria os 6 potenciais adversários no 2º turno da disputa ao Planalto em 2022 com percentuais em torno de 45%. Os adversários testados contra Bolsonaro foram: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); os ex-ministros Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); e o apresentador Luciano Huck.
 
No 1º cenário de 1º turno testado pelo Paraná Pesquisas, Bolsonaro aparece 12 pontos percentuais a frente do 2º colocado, Sergio Moro. O presidente tem 29% e o ex-ministro da Justiça tem 17,1%. Em seguida, aparecem Fernando Haddad (13,4%), Ciro (9,9%), Luciano Huck (6,5%) e Doria (4%).
 
O levantamento também testou 1 cenário sem Haddad e Luciano Huck; com Lula e com a ex-ministra Marina Silva (Rede). Bolsonaro lidera 27,5%. O presidente fica 6 pontos percentuais à frente do petista. Em seguida, vêm Moro (16,8%), Ciro (8,3%) e Doria (3,8%).
 
Em mais 1 cenário, foram incluídos os nomes do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B). Não entram na disputa o ex-presidente Lula, Moro e Marina Silva. O presidente Jair Bolsonaro apresenta resultado melhor, com 30,7% das intenções dos votos ao Planalto. Em seguida, aparece Haddad (14,5%), com 16 pontos percentuais atrás do chefe do Executivo.
 
2º TURNO
A pesquisa também apurou como seriam os resultados do 2º turno. Os dados indicam que Jair Bolsonaro venceria em todos os 6 cenários e seria reeleito à Presidência.
 
O maior percentual que o presidente alcança é contra João Doria. Bolsonaro tem 51,7% das intenções de votos em 1 eventual 2º turno com o tucano, que teve 23%.
 
O maior adversário do presidente seria Lula. No 2º turno, no entanto, o levantamento mostra Bolsonaro 9 pontos à frente do petista, com 45,6% contra 36,4%.
 
Eis os cenários de 1 eventual 2º turno na disputa ao Planalto em 2022:
 
Cenário 1:
Bolsonaro – 46,6%
Haddad – 32%
não sabe – 4,6%
nenhum – 16,8%
Cenário 2:
Bolsonaro – 44,7%
Moro – 35%
não sabe – 5,6%
nenhum – 14,6%
Cenário 3:
Bolsonaro – 45,6%
Lula  – 36,4%
não sabe – 4,3%
nenhum – 13,7%
Cenário 4:
Bolsonaro – 48,1%
Ciro Gomes – 31,1%
não sabe – 4,7%
nenhum – 16,8%
Cenário 5:
Bolsonaro – 51,7%
Doria – 23%
não sabe – 5,7%
nenhum – 14,6%
Cenário 6:
Bolsonaro – 50,8%
Luciano Huck – 27,6%
não sabe – 5,4%
nenhum – 16,2%

Leia também Brasil247 e Poder360.
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