24/07/2020 às 17h47min - Atualizada em 24/07/2020 às 17h47min

TRUMP CONVOCA AUSTRÁLIA

MOBILIZAÇÃO CONTRA CHINA E RÚSSIA


A reeleição de Trump realmente deve estar passando por sérias dificuldades. Ele quer por todas as maneiras inventar um confronto qualquer - uma guerra, de preferência –, que seja para ontem. Um dos objetivos  é o de ganhar o apoio popular que precisa para se reeleger (faltam 102 dias para o “dia”...).

Ele acaba de convencer o governo australiano para ações conjuntas em campanhas de desinformação contra países como China e Rússia, ao mesmo tempo que Pequim e Washington intensificam a escalada de tensões diplomáticas.

A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Marise Payne, e a ministra da Defesa, Linda Reynolds, voarão para Washington neste domingo, dia 26, para importantes negociações no momento mais tenso das relações com a China, desde que os laços diplomáticos foram estabelecidos na década de 1970.


A justificativa da movimentação é fazer um acordo sobre medidas para combater as campanhas de desinformação que seriam feitas por estados autoritários, aumentar a segurança da saúde no Indo-Pacífico e ajudar a região a se recuperar da crise do coronavírus. Deu pra entender? Somos todos gente da paz...


A senadora Payne e a senadora Reynolds - que obrigatoriamente ficarão em quarentena por 14 dias quando retornarem à Austrália - terão uma série de reuniões com o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o secretário de Defesa, Mark Esper, americanos, como parte da Reunião Ministerial Austrália/Estados Unidos.


Pompeo pediu na quinta-feira o fim do "compromisso cego" com a China, poucos dias depois que os EUA tomaram a histórica decisão de fechar o consulado chinês em Houston, iniciando uma tempestade diplomática.
A senadora Payne, que participará de sua quinta reunião na AUSMIN (Consulta Ministerial Austrália-Estados Unidos, principal fórum anual de consultas entre os dois países, realizado desde 1985), disse que as discussões deste ano foram as "mais significativas no meu tempo para os interesses da Austrália a curto, médio e longo prazo". Ou seja, vem bomba aí!


"Nossa cooperação com a Aliança é essencial para promover e criar uma região estável (???), aberta e resiliente para o benefício de todos os australianos", disse.
A Austrália e os EUA devem apresentar uma frente unida contra o que consideram “a desinformação por estados autoritários em todo o Indo-Pacífico”, com os dois países particularmente preocupados com a maneira como a China usou as mídias sociais para minar as democracias na região - uma preocupação que parece piada.


O Departamento de Relações Exteriores e Comércio já está montando uma nova força-tarefa para combater a desinformação on-line, com a Austrália preocupada com o efeito sobre os países em desenvolvimento no Indo-Pacífico.
O Twitter revelou no mês passado que havia removido mais de 30.000 contas depois que os investigadores descobriram vínculos com operações de propaganda e desinformação estatais na China, Rússia e Turquia.


Os EUA fecharam o consulado chinês em Houston na sexta-feira com acusações de roubo de pesquisas americanas, de convencimento de dezenas de pesquisadores a passar informações a instituições chinesas e de coação de cidadãos chineses fugitivos a voltar para a China. O cônsul-geral de Houston, Cai Wei, era o vice-chefe de missão da embaixada chinesa em Canberra.
Em retaliação, o Ministério das Relações Exteriores da China anunciou na sexta-feira que estava revogando a licença do consulado americano na cidade de Chengdu, no sudoeste da China, acusando os EUA de violar o direito internacional, as normas básicas das relações internacionais e os termos de acordo China-EUA.


A polícia chinesa cercou o consulado dos EUA em Chengdu uma hora depois de ter feito o anúncio na sexta-feira, enquanto diplomatas americanos preparavam-se para desocupar o consulado estrategicamente significativo que cobre as províncias de Sichuan, Yunnan e Guizhou, bem como a região semi-autônoma do Tibete.
Pompeo e Esper fizeram três discursos esta semana acusando a China de ameaçar a prosperidade global.
O relacionamento diplomático em queda segue meses de disputas sobre a crise do coronavírus, sobre Hong Kong, sobre um acúmulo militar no Mar da China Meridional e o futuro global do fornecedor chinês de telecomunicações Huawei – provavelmente o verdadeiro motivo de toda a mobilização, já que os americanos estão apanhando feio em novas tecnologias.

 

Leia também em The Sidney Morning Herald

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