09/07/2020 às 17h11min - Atualizada em 09/07/2020 às 17h11min

NÃO “VAI DAR PRAIA” NO RIO ATÉ A CHEGADA DA VACINA

CRIVELLA JÁ REABRIU IGREJAS E LOJAS DE DECORAÇÃO



Agora com a eleição municipal marcada para 15 de novembro, primeiro turno, e 29, o segundo turno, os prefeitos que querem continuar no cargo vão surpreender, a cada segundo, com  novas medidas  para combater a pandemia do coronavírus (Covid-19).

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), anunciou, nesta quinta-feira, 9, que os banhistas só vão poder “curtir” uma praia, com direito a ficar na areia, quando existir uma vacina contra o coronavírus. A decisão foi tomada depois que o prefeito carioca se reuniu com o chamado conselho científico. A justificativa  para manter as praias “fechadas” é que não vai ser possível tomar banho de sol sem máscara. “A tendência é manter a proibição até que tenhamos uma vacina. A vacina está sendo testada e pode ser produzida na Fiocruz. Se a gente libera a praia e faz sol no fim de semana, a areia pode ficar lotada do Leme ao Pontal. Os índices de contaminação estão caindo. Não podemos pôr isso em risco. A medida valerá também para outros locais sem máscara”, disse Crivella.  
E ainda avisou que, a partir da semana que vem, quem insistir em ficar na areia sem máscara vai pagar uma multa de R$ 107.

Na semana passada, imagens de pessoas sem máscaras, aglomerações e desrespeito à fiscalização, nos primeiros dias da reabertura de bares e restaurantes do Rio, ganharam o mundo e causaram indignação e revolta. O prefeito deveria passear mais pela cidade para constatar que o uso de máscaras em parques, como no Aterro do Flamengo, não está sendo cumprido por grande parte dos frequentadores. 
Para um prefeito que não resistiu à pressão dos empresários e reabriu até lojas de decoração e de automóveis, logo na primeira fase da flexibilização das medidas restritivas do combate ao coronavírus, vai ser difícil explicar ao setor hoteleiro e de bares e restaurantes como vai manter fechado um dos principais atrativos do turismo nacional e internacional.

Sem falar que Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, reabriu igrejas e templos, mesmo com as opiniões contrárias dos especialistas e pesquisadores...


A temporada de verão - com uma das mais concorridas festas de Reveillon do mundo e com o Carnaval - atrai milhões de turistas que lotam a rede hoteleira e apartamentos de aluguéis de temporada. A virada do ano de 2019 para 2020, pouco antes da pandemia, trouxe 1,4 milhão de turistas para cidade, 21,4% a mais que nos últimos dias de 2018. A alta do dólar beneficiou o turismo interno, atraindo 80% de turistas nacionais, segundo a Riotur. A lotação nos hotéis chegou a quase 100% dos quartos. 
No Carnaval também não foi diferente. Segundo o balanço de empresa de turismo da prefeitura carioca, 2,1 milhões de turistas passaram até mais de uma semana na cidade, movimentando R$ 4 bilhões, 8% a mais do que no mesmo período de 2019. 
No mundo inteiro, o setor de turismo foi um dos mais prejudicados pela pandemia do coronavírus. No Brasil, as projeções iniciais eram de uma queda de 39%. A situação foi agravada pela péssima imagem que o país está passando para o mundo, com o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro, a insistência de não usar a máscara e ser um aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas brigas contra os cientistas, pesquisadores e a Organização Mundial de Saúde. 
Os altos índices de vítimas e de contaminação do coronavírus no Brasil já fecharam as portas na reabertura dos países da União Europeia e do Reino Unido. O anúncio de que Bolsonaro está infectado gerou na imprensa internacional muitas críticas à postura do presidente diante da Covid-19.  

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