27/11/2017 às 15h14min - Atualizada em 27/11/2017 às 15h14min

Parlamentares brasileiros criticam Banco Mundial que sugeriu fim das universidades públicas

Hayle Gadelha

 

A senadora Fátima Bezerra criticou duramente a proposta do Banco Mundial, divulgada em relatório na semana passada, em que a instituição defende o fim do ensino público gratuito no país. “Isso é um atrevimento; um desrespeito à soberania nacional!”, afirmou a senadora.

 

Durante reunião do Mercosul, realizada nesta segunda-feira (27), em Foz do Iguaçu, a senadora e outros parlamentares brasileiros manifestaram contrariedade e defenderam que os membros do ParlaSul repudiem essa recomendação “indevida” do Banco Mundial.

 

Desde a publicação do documento intitulado "Um ajuste justo - propostas para aumentar eficiência e equidade do gasto público no Brasil", o Banco Mundial vem recebendo críticas e manifestações de especialistas, dirigentes de universidades, professores e alunos.

 

“Imagine o quanto a cidadania da juventude brasileira seria ameaçada com a privatização das nossas universidades. Dizer não à privatização da universidade é reafirmar a concepção de educação que o ParlaSul defende: educação como um direito, um bem público e universal”, enfatizou a senadora Fátima Bezerra, lembrando que durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, a educação passou a ser vista no Brasil como investimento e não como gasto. Com isso, o orçamento do Ministério da Educação foi elevado ano após ano, saltando de R$ 18,01 bilhões em 2002 para R$ 126,14 bilhões em 2015. As universidades federais atravessaram um processo de reestruturação e expansão sem precedentes em nossa história, criando 18 novas universidades e interiorizando inúmeros campi no país.

 

A senadora também criticou o governo Temer e a Emenda Constitucional 95, conhecida como PEC dos Gastos Públicos. “Essas conquistas estão sendo atacadas por um governo ilegítimo, fruto do golpe de Estado de agosto do ano passado”, declarou. Entre as novas universidades citadas destacam-se duas, de integração: a Unila e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). A Unila conta com 3.500 alunos do Brasil e de outros 19 países da América Latina, em 22 cursos de bacharelado de áreas de interesse comum, sempre com foco para o intercâmbio cultural e o desenvolvimento e integração regionais.

 

Também a deputada estadual, Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), criticou em suas redes sociais a proposta do Banco Mundial que sugere o fim do ensino superior gratuito no Brasil e a cobrança de mensalidade para alunos de alta renda.

Manuela questiona: “Além do esforço que nós fizemos para garantir o acesso dos mais pobres no ensino superior público brasileiro, existe outra discussão. Já imaginou algum país sair de uma crise com a dimensão econômica que o Brasil vive sem as universidades públicas, sem produção de conhecimento?” E completa: A Universidade é central para a construção do nosso projeto de desenvolvimento nacional. Porque, para o Brasil retomar seu crescimento econômico, sua indústria nacional, nós precisamos de conhecimento, de pesquisa, de investimento em pesquisa. E as universidades públicas no Brasil são os espaços que mais produzem pesquisa.

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