08/07/2020 às 18h26min - Atualizada em 08/07/2020 às 18h26min

ZUCKERBERG CONTRA OS BOLSONAROS

FACEBOOK E INSTAGRAM APAGAM CONTAS

Nesta quarta-feira, dia 8, Mark Zuckerberg desarticulou no Facebook uma rede de 73 contas, 14 páginas e um grupo, na rede social e no Instagram, de funcionários do gabinete do presidente Jair Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro, além de envolvidos com o PSL, partido que elegeu o atual presidente da República. As remoções foram realizadas porque essas páginas empregavam ações vetadas pelo Facebook, como o uso de contas falsas, envio de spam ou adoção de ferramentas artificiais para ampliar a presença online.
 
Também nesta quarta-feira, a empresa derrubou outras redes desse tipo nos Estados Unidos, na Ucrânia e em outros países da América Latina. No Brasil, o Facebook conseguiu constatar a ligação dessas redes com pessoas ligadas ao PSL e funcionários dos deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos (ambos do PSL-RJ) e ao clã Bolsonaro. Segundo o Facebook, há indícios de que os parlamentares, assim como Eduardo e Jair Bolsonaro, estejam envolvidos diretamente.
“Apenas atribuímos o que podemos provar. E removemos toda a parte da rede. Vimos conexões com o PSL e com funcionários dos gabinetes das pessoas que mencionamos e o envolvimento direto deles” declarou Nathaniel Gleicher, líder de políticas de segurança do Facebook.
 
As contas divulgavam postagens e memes sobre política e eleições, além de críticas a figuras da oposição, organizações de mídia e jornalistas. Mais recentemente o grupo passou a distribuir textos, vídeos e fotos sobre a pandemia de coronavírus (Covid-19).
Algumas das imagens divulgadas pelo Facebook mostravam posts sobre o ex-ministro Sérgio Moro e uma publicação que acusava a TV Globo de inventar falsas mortes por coronavírus.

O Facebook não detalha se esses conteúdos continham fakenews ou não. Informa apenas que a rede não foi desarticulada por causa disso, mas sim por se passar por outras pessoas. A empresa acrescenta que alguns dos posts já haviam sido alvo de remoções por violarem regras, como a que proíbe discurso de ódio.

Ao todo, foram desmobilizados no Brasil:
  • 35 contas no Facebook
  • 38 contas no Instagram
  • 14 páginas
  • 1 grupo no Facebook
 
Essa rede possuía:
  • 883 mil seguidores no Facebook
  • 350 inscritos no grupo
  • 917 mil seguidores no Instagram
 
Em outros países foram desativadas:
  • Canadá e Equador: 41 contas e 77 Páginas no Facebook, e 56 contas no Instagram
  • Ucrânia: 72 contas e 35 Páginas no Facebook, e 13 contas no Instagram
  • EUA: 54 contas e 50 Páginas do Facebook, e quatro contas no Instagram

O Facebook identificou ainda que o grupo gastou US$ 1,5 mil (R$ 8.020 na cotação atual) com anúncios, com uma conduta de "comportamento inautêntico coordenado", porque os infratores tentam enganar usuários da rede social ao assumir a identidade de outras pessoas. A rede social identificou, por exemplo, que o grupo usava essas contas para se passar por repórteres ou por administradores de veículos de notícias.
"Para mim o que você está dizendo é novidade. A minha conta é verificada, mas não temos acesso às contas das pessoas que trabalham conosco. Cada um posta aquilo que quer, aqui não peço para ninguém postar nada, nem para repostar o meu. Sobre eu ter duas contas, não é verdade", diz o deputado Anderson Moraes, em resposta à reportagem.
O PSL respondeu que os políticos citados "na prática já se afastaram do PSL há alguns meses com a intenção de criar um outro partido" (o Aliança pelo Brasil) e que "o próprio PSL tem sido um dos principais alvos de fakenews proferidos por esse grupo". Além disso, o partido não teria tido contas apagadas.
Tilt está tentando contato com Bolsonaro, com os Filhos Flávio Bolsonaro (senador) e Eduardo Bolsonaro (deputado federal) e também com a deputada estadual Alana Passos.

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* Colaboraram Rodrigo Trindade e Gabriel Francisco Ribeiro.

 
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