As imagens de ruas lotadas no primeiro dia da reabertura dos bares e restaurantes no Rio, na noite dessa quinta-feira, invadiram a internet e causaram muita indignação. No Leblon, bairro de classe alta, da Zona Sul carioca, jovens descumpriam as determinações do decreto da flexibilização da quarentena, sem máscaras e juntinhos. Eles gravaram até vídeos debochando do coronavírus, no momento em que o Brasil registra mais de 60 mil vítimas da Covid-19 e 1.508.991 pessoas contaminadas. No estado do Rio de Janeiro quase 10.500 pessoas morreram e a maioria, quase 7.000, na cidade do Rio. Internautas criticaram a aglomeração e questionaram se “a vacina tinha sido descoberta no Leblon” e “se a pandemia havia acabado”. Muitos também lembraram que eles iam contaminar os pais, avós e até os empregados domésticos. A Guarda Municipal tentou acabar com a aglomeração, a Polícia Militar foi chamada para obrigar os bares a cumprir a determinação de fechar às 23h, mas muitos ficaram até de madrugada. A multa para quem não cumprir as regras pode chegar a R$ 13 mil. A prefeitura do Rio promete aumentar a fiscalização na noite dessa sexta-feira, dia tradicional de bares e botequins cheios, e durante todo o primeiro fim de semana da reabertura. A Vigilância Sanitária também vai intensificar a vistoria. Não foi só no Leblon que as regras foram descumpridas. Houve registros de aglomerações em Copacabana, na Zona Sul, e Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Desde o início das medidas restritivas para conter a contaminação do coronavírus, em março, o “ Disk Aglomeração ( whatsapp 3460-1746)”, da prefeitura do Rio, já recebeu 22 mil denúncias contra bares e restaurantes. Campo Grande, na Zona Oeste, foi o bairro recordista em denúncias e justamente o que registra o maior número de mortes causadas pelo coronavírus. Copacabana, outro campeão de irregularidades, é onde tem o maior número de pessoas contaminadas. Além das aglomerações, os internautas também criticaram muito as pessoas sem máscaras, já que o uso delas é obrigatório segundo decreto do prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Mas como reforçar a importância do uso da máscara, quando o presidente Jair Bolsonaro, na madrugada dessa sexta-feira, ao sancionar Lei 14.019 do Congresso, vetou a obrigatoriedade do uso de máscaras em estabelecimentos comerciais, industriais, templos religiosos e outros locais fechados? Bolsonaro também não aprovou o artigo que aumentava a multa para os reincidentes no descumprimento da lei ou que não usarem a máscara em ambientes. Na transmissão que fez nessa quinta-feira, dia 2, ele e seus convidados, todos do alto escalão do governo, estavam sem máscaras. Derrubou a lei antes mesmo dela começar a valer. Esperar o que mais?
