É difícil acreditar que isso seja verdade, mas o editorial ainda destaca que “Bolsonaro tem cumprido um período de rara calmaria, sem agredir e ameaçar as instituições e o jornalismo profissional, um exercício que ele vinha praticando com regularidade. Há quem encontre na prisão de Fabrício Queiroz - um amigo de longa data que ele aproximou dos filhos - a explicação desta mudança para melhor no seu comportamento”.
O editorial lembra também a saída “do militante de extrema direita Abraham Weintraub do cargo de ministro da Educação, posto que ocupava apenas para travar a ‘guerra cultural’ contra a esquerda”. E ainda que “outro sinal desses presumíveis bons tempos é a decisão de Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, passar para a reserva. Na democracia, um general não faz rima com um cargo que trata de negociações políticas, por mais competente que ele seja”.
O Globo encerra dizendo que “a prisão de Queiroz pode ter ajudado Bolsonaro a entender que prejudica a si mesmo tentar governar como se tivesse um impossível poder absoluto. Causar danos à estabilidade institucional também o afeta”.
Mas o editorial esqueceu - ou fez questão de esquecer - de citar o mais importante na possível mudança de “humor bolsonárico”: a pesquisa Datafolha. A sua queda vertiginosa na pesquisa em função da sua associação com Queiroz (a sua aprovação cai profundamente, de 32% para 13%) acendeu todas as luzes de alerta à sua frente. Bolsonaro saiu correndo para um espelho e se viu pousando de Collor. Viu imediatamente palavra impeachment escrita na sua testa em letras “vermelhas PT”. É principalmente por causa desses números que ele está se tornando “paz e amor, por favor!”...
Bolsonaro não engana mais. Que saia já! E leve junto o Queiroz...
