24/06/2020 às 16h56min - Atualizada em 24/06/2020 às 16h56min

ALERTA MÁXIMO NA ALDEIA GUARANI, EM ANGRA DOS REIS: O CACIQUE ESTÁ INTERNADO

OMS PEDE QUE OS GOVERNOS DA AMÉRICA LATINA AUMENTEM OS TESTES DA COVID-19.

A denúncia do professor Arundo Terceiro sobre a situação dos indios Guarani, em Angra dos Reis, Sul Fluminense, reforça a preocupação com a saúde dos povos indígenas no Brasil nessa pandemia do coronavírus. A falta de informações oficiais sobre como estão os índios nas aldeias da Região é um dos maiores problemas enfrentados pelos professores e especialistas que trabalham com os Guarani e monitoram a situação. Como eles estão impedidos de entrar nas áreas indígenas, por medida de segurança, tudo depende dos dados da prefeitura, mas os números da pandemia divulgados por Angra dos Reis não especificam os casos de índios e quilombolas. As informações que os professores conseguiram é que na aldeia Sapukai, do cacique Domingos, já são 15 infectados, em uma população de 325 índios. Na aldeia Paraty-Mirim teriam mais dois indígenas contaminados.

Angra dos Reis já registrou 76 mortes pela Covid-19, com 2,031 pessoas infectadas e ainda 8.895 casos suspeitos. 

A preocupação com as nações indígenas aumenta em todo o Brasil. A morte de caciques e mulheres e homens idosos é lamentada diariamente nas redes sociais. Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) 349 índios já morreram vítimas do coronavírus e 7.753 foram contaminados. No Rio de Janeiro, a população indígena de Guarani e Pataxó , em Angra dos Reis e Paraty, no Sul Fluminense, e Maricá, na Região Metropolitana do Rio, é de 725 pessoas. Felizmente nenhum caso de morte foi registrado. 

A situação nas aldeias só vem reforçar o alerta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) fez, nessa quarta-feira, de que na América Latina a pandemia não atingiu o pico e as mortes vão continuar nas próximas semanas. “A epidemia ainda é intensa”, afirmou o diretor de operações da OMS, Michael Ryan. O Brasil atingiu 390 mil novos casos, só nos últimos 14 dias, 20% de todos os novos infectados no mundo. Chile e Peru também vivem situações complicadas. Segundo o jornalista Jamil Chade do Uol, a OMS fez um apelo para que governos ampliem seus investimentos para conter a doença e alerta que não haverá "um atalho". O pedido é para que haja um aumento de testes e isolamento de pessoas infectadas. Caso contrário, o confinamento pode ser a única saída. 

Como houve um aumento de 25% a 50% de casos nos países latino-americanos, nos últimos dias, a OMS considera que a transmissão comunitária continua. Segundo Michael Ryan, "o espectro de novas quarentenas não pode ser excluído. Ninguém quer isso, mas para evitar, será necessário investir de forma agressiva para detectar casos e isolar".

A OMS também sugere que os governos façam uma comunicação direta com a sociedade “Uma relação de confiança também é necessária com a sociedade”, reafirma o diretor da OMS. Essa é relação é um dos grandes problemas enfrentados no combate à pandemia no Brasil, país que tem um presidente que insiste em negar a gravidade da situação e que foi obrigado pela Justiça a usar máscara facial em público. Segundo o último levantamento divulgado pelo consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou até às 13h dessa quarta-feira, 24 de junho, 52.951 mortes causadas pelo coronavírus, mais que o dobro da China, Índia, Paquistão e Indonésia juntos. O número de casos confirmados chega a 1.157.451.

Os dados só comprovam que já passou da hora do Brasil parar de brigar com os especialistas e seguir as recomendações do diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, que reforça a necessidade dos governos “assumir a responsabilidade urgente” de parar a transmissão do vírus. O diretor de operações da OMS, Michael Ryan, também alerta que a vacina é uma esperança, não é uma garantia. “Não podemos contar com uma vacina”, reforçou Ryan.

 

 

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